segunda-feira, 26 de abril de 2010

TEXTOS 2010 - OFICINAS DE REDAÇÃO

Meu jeitinho simples de ser

Meu nome é Sâmela
Gosto de muitas coisas
Não tenho aquela coisa certa,
Não gosto de mentiras e falsidades,
Gosto de sair com minha família,
Fazer coisas diferentes.

Não sou santa,
Mas também não sou perigosa.
Faço coisas que uma adolescente
Normal faz,
É claro que uma baguncinha
Às vezes faz parte,
Mas nem é sempre.

Se eu for contar tudo,
Vou fazer um livro,
Mas acho que isso
Já é o bastante.

Sâmela – E-1101



O bonitinho do Colégio

Todo dia passo no corredor do colégio
e lá está o menino...
bonito, tímido e atraente.
Na hora do recreio,
novamente ele está lá
no seu canto sozinho,
com um fone no ouvido.
Ele olha para mim
cheio de vergonha
e quando olho também,
ele se vira.
Eu vou chegar e falar com ele
com todo respeito,
e vamos conversar.


Thailane Raposo – E-1102




Minha comida preferida


Minha comida preferida é arroz e feijão,
E quando como, sinto muita emoção
E me alegra o coração.
Dá vontade de comer de montão
E quando como enche o meu buchão,
Só sei que a melhor comida do mundo
É arroz e feijão.


Ewerton dos Santos Fernandes – E-2101



QUESTIONAMENTO: O aluno pode entrar na escola a qualquer hora?


A culpa não é nossa



As vezes um acidente, outra um imprevisto, ou um simples descuido. Nem sempre o aluno tem culpa de chegar atrasado na escola.

Alguns alunos, como eu, dependem de ônibus, e outros meios de transportes escolares, normalmente Kombis. Muitas das vezes, esses transportes, em seus trajetos precários e cheios de obstáculos, chegam atrasados, ou melhor, nem chegam! É buraco, lama, pontes quebradas... Ou o transporte quebra, ou ele não passa na hora certa. Esse atraso nem sempre é devido às estradas, mas também a falta de responsabilidade de algumas empresas. Uma tremenda falta de respeito!

Quando alguns alunos chegam fora do horário normal de entrada, os diretores e porteiros nem nos deixam falar. Já vão barrando os alunos, ameaçam dar suspensão... Algumas vezes, a gente consegue conversar, mas é muito difícil conseguir entrar sem reclamações. É verdade que alguns alunos chegam atrasados por dormirem um pouco mais, mas é preciso ouvir os alunos!

Se o aluno tiver argumentos para justificar seu atraso, tudo bem. Fora isso, já foge da ordem e regularidade da escola. Acaba virando bagunça.


Cristian Guimarães Thomaz – E-3101



QUESTIONAMENTO: Deveria ser permitido a troca de beijos e caricias no pátio da escola?



Em minha opinião, deveria haver, sim,  as trocas de beijos e carícias no pátio, pois o aluno(a) se sentiria mais à vontade com sua parceira(o) dentro da escola, sim! É claro que algumas regras são necessárias, tipo: não trazer seus problemas relacionais que tem fora da escola, não dar muito amasso, etc...Embora outras pessoas achem errado isso, pois podem vir a se sentir mal, mas vejamos um lado positivo: as trocas de beijos e caricias, são apresentados como um modo de desejo opcional, você pode optar por beijar ou não, contando que seja em horas vagas, não dentro de sala por respeito aos professores e aos colegas, evitando também que isso vire rotina, pois pode estragar o relacionamento; evitar beijar a todo momento, pois pode virar distração e motivos para que suas notas caiam. Acho também que os professores e funcionários da escola têm todo o direito de ter suas trocas de beijos e carícias, pois, se podemos ter o direito, por que eles não?!

Wilian Gonçalves Magno – E-2101

domingo, 4 de abril de 2010

OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA - POESIA - 4o e 5o anos - FUNDAMENTAL

(Adaptação do caderno  POETAS DA ESCOLA,  da OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA 2010, feita pelo professor ISAC MACHADO DE MOURA)
 
POETAS, POEMAS E POESIA

Os poetas escrevem para emocionar, divertir, convencer, fazer pensar o mundo de um jeito novo. Para isso usam diferentes recursos, como rimas, repetições, metáforas e até mesmo formas diferentes de colocar as palavras no papel. Tudo para transmitir ideias, experiências e emoções ao leitor.
O poeta pode jogar com a sonoridade, rimando as palavras, repetindo sons parecidos nos versos, fazendo com que eles ecoem ao longo do texto.
O POEMA é caracterizado por dois aspectos fundamentais: a maneira original de os poetas verem as coisas, que encanta e emociona o leitor, e o uso das palavras de forma especial, de modo diferente do habitual.

Segundo Marisa Lajolo, especialista em literatura:

“... poeta brinca com as palavras... parece que o poeta diz o que a gente nunca tinha pensado em dizer...”
“... um poema é um jogo com a linguagem. Compõe-se de palavras: palavras soltas, palavras empilhadas, palavras em fila, palavras em ritmo diferente da fala do dia a dia. Além de diferentes pela sonoridade e pela disposição na página, os poemas representam uma maneira original de ver o mundo, de dizer coisas...”
“... poeta é, assim, quem descobre e faz poesia a respeito de tudo: de gente, de bicho, de planta, de coisas do dia a dia da vida da gente, de um brinquedo, de pessoas que parecem com pessoa que conhecemos, de episódios que nunca imaginamos que poderiam acontecer e até a própria poesia!...”

POEMA E POESIA

POESIA é a “arte de criar imagens, de sugerir emoções por meio de uma linguagem em que se combinam sons, ritmos e significados.” POEMA é a obra em verso ou não em que há poesia.” (Miniaurélio – sec. XXI).
Quando falamos em POEMA, estamos falando da OBRA, do próprio texto; e quando falamos em POESIA, estamos tratando da arte, da habilidade de tornar algo poético. Uma pintura, uma música, uma cena de filme também podem ser poéticos.

OFICINA 1 – MURAL DE POEMAS

• Planejar o mural de poemas;
• Resgatar a experiência dos alunos com poemas;
• Reconhecer os poemas em suas diversas formas.

ROTEIRO DE ATIVIDADES

1. Cada aluno deverá levar algum poema para a sala de aula; pode ser dos autores clássicos, da música popular, de pessoas da comunidade...

2. Organizar e executar um recital na sala;

3. Confecção de um mural com os poemas apresentados. É legal caprichar na apresentação: o papel onde os poemas serão impressos pode ser colorido; os alunos devem fazer margem nas folhas. Enfim, é preciso caprichar no visual do mural para torná-lo atrativo.
 

OFICINA 2 – O QUE FAZ UM POEMA

• Conhecer as características do poema: rimas, versos, estrofes.

PROVOCAÇÕES

1. Por que o poema é diferente de uma notícia de jornal, de uma receita de bolo ou de um conto?
2. Como os poemas se organizam no papel? Eles preenchem todo o espaço das linhas, da margem esquerda à direita?
3. Os versos pulam linhas?
4. De que tratam os poemas do mural?

TEM TUDO A VER
(Elias José)

A poesia
Tem tudo a ver
Com tua dor e alegrias,
Com as cores, as formas, os cheiros,
Os sabores e a música do mundo.

A poesia
Tem tudo a ver
Com o sorriso da criança,
O diálogo dos namorados,
As lágrimas diante da morte,
Os olhos pedindo pão.

A poesia
Tem tudo a ver
Com a plumagem, o voo,
E o canto dos pássaros,
A veloz acrobacia dos peixes,
As cores todas do arco-íris,
O ritmo dos rios e cachoeiras,
O brilho da lua, do sol e das estrelas,
a explosão em verde, em flores e frutos.

A poesia
- é só abrir os olhos e ver –
Tem tudo a ver / com tudo.

POESIA: uma lente para ver o mundo

Nesse poema, o autor mostra que a poesia é viva, dinâmica, e fala de pessoas, de animais, de objetos, de acontecimentos, de tudo. Muita gente acha que a função da poesia é cantar amores ou falar do que é belo. Mas seus alunos precisam entender que, na verdade, a poesia coloca em palavras a maneira como o poeta enxerga o mundo. E ela pode falar de qualquer coisa, não só das grandes e belas.

PROVOCAÇÕES

1. Sobre o que fala o poema de Elias José?
2. Por que o autor diz que “poesia tem tudo a ver com tudo”?
3. O que os poemas podem exprimir?
4. O poema tem que ter rimas?
5. Quantos versos e quantas estrofes têm o poema?

O QUE RIMA COMBINA

Palavras que rimam são palavras que se combinam, pois terminam com o mesmo som. A rima é um dos recursos que os poetas usam, mas nem todo poema precisa ser rimado.
Antigamente, havia normas para escrever versos. O poeta tinha regras definidas sobre as rimas e o número de sílabas de cada verso. Mas hoje já não é assim. O autor tem liberdade para seguir ou não essas regras.

VERSOS E ESTROFES

VERSO é cada uma das linhas do poema. ESTROFE é cada grupo de versos separados do grupo seguinte por um espaço. Um poema pode ter uma ou várias estrofes. E cada estrofe, um número variado de versos.


OFICINA 3 – PRIMEIRO ENSAIO

• Produção de um poema.

SÓ PARA LEMBRAR...

• Cada situação de produção textual varia, pois depende de quem escreve (o autor do texto), para quem escreve (os leitores do texto), com que finalidade escreve (divertir o leitor ou convencê-lo de alguma ideia) e, finalmente, onde será publicado (jornal, livro, revista, internet).

• Agora, os alunos serão POETAS, aqueles que escrevem para mostrar o mundo de um jeito novo, com o intuito de emocionar, fazer pensar ou divertir os leitores.

PRIMEIRA ESCRITA

A produção inicial aponta o que os alunos sabem sobre o gênero e dá pistas para que o professor possa melhor intervir no processo de aprendizagem. Esse primeiro texto também é importante para que os alunos avaliem a própria escrita. Com sua ajuda, professor, eles podem perceber o que é preciso melhorar e poderão envolver-se mais nas atividades das oficinas.


OFICINA 4 – MEMÓRIA DE VERSOS

• Resgatar e valorizar a cultura da comunidade.

CANTADOR (de sentimentos escondidos)
(Antonio Gil Neto)

Esta pequena história foi contada por meus bisavós, que contaram aos meus avós, que por sua vez, recontaram aos meus pais, que me contaram de novo... Agora a conto a você. Era um tempo em que Alvorada do Norte era uma cidade pequena e próspera. Vivia seus dias de trabalho e mansidão alternados, como se alternam os dias e as noites, o sol e a lua, a chuva e o vento.
O que aconteceu é que naquele belo dia a cidadezinha amanheceu de um jeito um tanto diferente. Uns minutinhos antes das dezenas de galos soltarem seus cocoricós costumeiros, as pessoas da minha cidade, ainda abraçadas a seus travesseiros ou mesmo de pé, no preparo da labuta do dia, ouviram algo diferente adrentando por portas e janelas ainda fechadas: “Acorda, Maria Bonita / Levanta, vai fazer o café / que o dia já vem raiando / e a polícia já está de pé...”
Mais ou menos no ritmo de um leve susto e do escuro se encontrar com o claro daquela manhã, os alvoradenses foram se dando conta do que acontecia: “Meu coração / não sei por quê / bate feliz / quando te vê / E os meus olhos ficam sorrindo / E pelas ruas / Vão te seguindo / Mas mesmo assim / foges de mim...”
Vou contar logo, porque não é fácil de explicar. Pelas ruas poucas da cidade passava naquele dia, como aparição, miragem, encomenda, um presente dos deuses. Era um jovem cantador. O que mais sei do que me foi dito é que ele apenas falava bem falado, cantava pelo ar palavras bem bonitas que deixavam todo mundo encantado, curioso, incomodado. Umas pessoas riam, outras se embeveciam e ainda outras experimentavam emoções pouco sentidas. Logo que alguém abria a janela, soltava: “Menina, minha menina / faz favor de entrar na roda / cante um verso bem bonito / diga adeus e vá-se embora...”
Vez por outra ele surpreendia seu cantar misturando-o com um achado pelo caminho. Rodopiando e declamando, cheirava solenemente uma flor e a entregava ao seu ouvinte – especialmente se fosse uma bela garota – como um adereço. Eu só sei que ele andou e voltou várias vezes pelas ruelas principais entoando com cerimônias de gesto e voz algumas preciosas palavras que tocaram de perto o sentimento das crianças, dos jovens e dos adultos. E depois, sem passe de mágica, nem mais, nem menos, sem dizer adeus a ninguém, ele foi embora: “Adeus, amor, eu vou partir / ouço ao longe um clarim...”
Desapareceu pelo ziguezague das estradas, com seu maracatu de corpo. Acho que ele foi encantar outros corações em outros lugares, penso eu...
O que sei, com certeza, é que até hoje, quando escuto um barulho diferente na minha rua, que já não é a mesma de outrora, seja de vento leve na folhagem, passarinho querendo fazer ninho ou até mesmo de alegria inventada, levanto bem de mansinho e espreito na minha janela para ver o cantador de palavras bonitas passar.


SÓ PARA LEMBRAR

Segundo o dicionário, poético não se refere apenas a poemas (texto em verso), mas a tudo aquilo que “produz inspiração, que tem qualidade, atmosfera, encanto, ou características da poesia.” O texto que acabamos de ler está escrito em prosa (jeito natural de escrever), é um conto, e é poético, pois traz encanto, produz inspiração.

PROPOSTAS DE ATIVIDADES

1. Se houver algum poeta na comunidade, convida-lo para fazer uma palestra, participar de uma oficina ou, simplesmente, conversar com os alunos e apresentar algumas de suas poesias.

2. Seria bem interessante se promover um recital diferente em que os alunos circulassem pela escola, entrassem nas salas de aula (acordo prévio com os professores), recitando poemas deles mesmos ou de outros autores, inclusive letras de música.


OFICINA 5 – UM OUTRO SARAU

• Agora, o objetivo é trabalhar com poetas brasileiros consagrados;
• É legal fazer cópias para todos, fazer um ensaio geral de declamação e depois cada um se apresentar na frente, declamando com vontade, impostação, gestos.

OBS.: Se a turma for muito grande, a apresentação pode ser definida através de sorteiro ou de voluntários.

• Podemos fazer um novo sarau, agora na quadra, no recreio, de uma forma inesperada e envolvente.

BUSCANDO SENTIDO

Já não podemos pensar o ensino da escrita desconectado da leitura. Para ler um texto não basta identificar as letras, sílabas e palavras, é preciso buscar o sentido, compreender, interpretar, relacionar e reter o que for mais relevante.
Quando lemos alguma coisa, temos sempre um objetivo: buscar informação, ampliar conhecimento, meditar, entreter-nos. O objetivo da leitura é mobilizar as estratégias que o leitor vai utilizar. Sendo assim, ler um artigo de jornal é diferente de ler um romance, uma história em quadrinho ou um poema.
Geralmente, quando lemos um poema, temos como objetivo o entretenimento, a busca do encantamento com a forma original e diferente que os poetas têm de ver o mundo. Diferentemente de outros gêneros de texto, um poema pode ser lido muitas vezes, e a cada leitura despertar uma nova emoção, novas ideias, novas sensações
Por outro lado, ler poemas traz desafios para o leitor. É preciso buscar significados, sentidos, descobrir como o poeta “brincou com as palavras”. Nossos alunos, na maioria das vezes, não têm familiaridade com a leitura de poemas. Assim, é tarefa nossa ajudá-los a vencer esse desafio. 

ALGUMAS DICAS PARA A LEITURA DE POEMAS

1. Ler em voz alta, pois para apreciarmos devidamente um poema é preciso escutá-lo.

2. Poemas têm sensações, impressões, sentimentos. Vamos descobrir o que o poema lido desperta em cada um de nós. O poema nos faz pensar em coisas alegres ou tristes?

3. Poetas têm um olhar único e original sobre um acontecimento, seus sentimentos, as belezas do lugar onde vive, mas muitas vezes nos identificamos com aquilo que está no poema.

4. Para encontrar o ritmo certo para a declamação, é preciso compreender os efeitos de sonoridade que o poeta usou.

5. Uma dica bem legal é ouvirmos, juntos, CDs com poemas declamados por atores famosos.


OFICINA 6 – RIMANDO

DUAS DÚZIAS DE COISINHAS À TOA QUE DEIXAM A GENTE FELIZ – Otavio Roth

Passarinho na janela, pijama de flanela, brigadeiro na panela.
Gato andando no telhado, cheirinho de mato molhado, disco antigo sem chiado.
Pão quentinho de manhã, dropes de hortelã, grito do Tarzan.
Tirar a sorte no osso, jogar pedrinha no poço, um cachecol no pescoço.
Papagaio que conversa, pisar em tapete persa, eu te amo e vice-versa.
Vaga-lume aceso na mão, dias quentes de verão, descer pelo corrimão.
Almoço de domingo, revoada de flamingo, herói que fuma cachimbo.
Anãozinho de jardim, lacinho de cetim, terminar o livro assim.

DICAS E ATIVIDADES

1. Podemos recorrer à memória e ao dicionário para encontrar palavras que normalmente não usamos, mas que podem deixar nosso texto mais bonito.

2. Vamos produzir um texto em verso sobre umas “coisinhas “a toa”, sobre alguém que observamos diariamente ou com quem tivemos um único contato visual, mas que nos impressionou. Vamos chamar a atividade de “quando a rotina vira poesia”. Podemos escrever, então, sobre o padeiro do bairro, o motorista do ônibus, o porteiro da escola, o moço da praça, a garota da locadora e muito mais.

3. outra proposta de produção (também em verso) é “umas coisinhas à toa que me deixam feliz.”

4. Ainda uma outra sugestão é fazer uma paródia do texto estudado, colocando suas próprias coisinhas, rimando.

OBS.: Não fazer rima com aumentativos e diminutivos.

5. Uma outra proposta é de uma dinâmica bem legal: um aluno diz uma palavra e outros 2 ou 3 colegas dizem outra que rime com a primeira. Todas as palavras vão sendo anotadas no quadro. Quanto mais raras forem as palavras, melhor. Terminada essa etapa, cada aluno (também pode ser em dupla ou trio) produz um texto utilizando a maior parte das palavras anotadas.


OFICINA 7 – SONS E QUADRAS

• Identificar rima, aliteração e repetição de versos;
• Criar quadras.

Para encantar os leitores, transmitir ideias e emoções de forma original, os poetas utilizam recursos poéticos, como: rimas, aliterações e repetições.

QUADRAS

São estrofes compostas por 4 versos. É uma forma antiga e popular de poesia usada pelo povo português desde a idade média, e ainda hoje, no Brasil.
Você lembra de alguma quadra ou “versinhos”, como chama o povo? Vamos compartilhar. Muitos desses “versinhos” viraram músicas, “cantiga de roda”.

O cravo brigou com a rosa,
Debaixo de uma sacada.
O cravo saiu ferido,
E a rosa despedaçada.


Não sei se vá ou se fique
Não sei se fique ou se vá
Ficando aqui não vou lá
E ainda perco o meu pique. 
(Silvio Romero)


Ô seu moço inteligente
Faça o favor de dizer
Em cima daquele morro
Quanto capim pode ter? 
(Ricardo Azevedo)

Os versos podem rimar de diferentes formas. Na primeira quadra, recolhida por Silvio Romero, o primeiro verso rima com o quarto (fique / pique) e o segundo verso rima com o terceiro (vá e lá). Já Ricardo Azevedo rima o segundo verso com o quarto (dizer / ter).

Lá no fundo do quintal
Tem um tacho de melado
Quem não sabe cantar verso
É melhor ficar ____________
(Ricardo Azevedo)

Muitas vezes os alunos ficam tão preocupados em encontrar palavras que rimam que até se esquecem de verificar se o verso construído transmite ao leitor uma ideia, um sentimento ou uma sensação. Quando trabalhamos com rima é muito importante que se perceba que não se pode abrir mão do sentido.
Entre os grandes poetas que produziram quadras, está o português Fernando Pessoa, que escreveu mais de quatrocentas. “A quadra é um vaso de flores que o povo pôe à janela da sua alma”, escreveu ele.

QUADRAS AO GOSTO POPULAR – Fernando Pessoa

Eu tenho um colar de pérolas
Enfiado para te dar:
As pérolas são os meus beijos,
O fio é o meu penar.


A caixa que não tem tampa
Fica sempre destapada.
Dá-me um sorriso dos teus
Porque não quero mais nada.


No baile em que dançam todos
Alguém fica sem dançar.
Melhor é não ir ao baile
Do que estar lá sem lá estar.


Vale a pena ser discreto?
Não sei bem se vale a pena.
O melhor é estar quieto
E ter a cara serena.


Não digas mal de ninguém,
Que é de ti que dizes mal.
Quando dizes mal de alguém
Tudo no mundo é igual.


DICAS E ATIVDADES

1. Quais as palavras que rimam e qual o esquema de rima usado por Fernando Pessoa?

2. Observar que o poeta não usa apenas verbos no infinitivo (cantar, dançar, chorar) para fazer as rimas. Ele também não usa palavras no aumentativo e no diminutivo (ão/ inho). Assim, ficaria muito fácil e pouco criativo. Ele rima com palavras variadas: verbos, substantivos e adjetivos.

3. Dividir a turma em duplas ou trios e pedir que produzam algumas quadras criativas.

ALITERAÇÃO

Mostrar aos alunos que existem outras formas de brincar com as palavras. Uma bem interessante é a ALITERAÇÃO, usada, por exemplo, pelo poeta brasileiro Cruz e Souza.
A aliteração consiste na repetição de fonemas nas palavras que compõem os versos.

VIOLÕES QUE CHORAM – Cruz e Souza

Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.


OFICINA 8 – POETA DO POVO

• Escrever acrósticos;
• Trabalhar com poema popular.

Além dos poetas clássicos e modernos, existem os “poetas popuplares”, que compõem versos que encantam e emocionam o leitor, como é o caso do cordel.

Um dos nossos maiores poetas populares se chama PATATIVA DO ASSARÉ. Além de folhetos de cordel, esse poeta tem inúmeros poemas publicados em livros, revistas e jornais.

POEMAS PENDURADOS NO VARAL

CORDEL é um estilo de poema popular da tradição nordestina. Cantado ou declamado, ele está presente nos festejos da comunidade sertaneja: feiras, festas religiosas, comícios. É uma poesia narrativa, ou seja, conta uma história. Geralmente, o tema é o cotidiano, a denúncia dos sofrimentos do povo, a exaltação de heróis, as lendas nativas. Chama-se cordel porque nos pontos de venda, os livretos costumam ser pendurados em um varal de fios de algodão – os cordéis.

EMIGRAÇÃO E AS CONSEQUÊNCIAS - Patativa do Assaré

Neste estilo popular
Nos meus singelos versinhos,
O leitor vai encontrar
Em vez de rosas espinhos
Na minha penosa lida
Conheço do mar da vida
As temerosas tormentas
Eu sou o poeta da roça
Tenho mão calosa e grossa
Do cabo das ferramentas

Por força da natureza
Sou poeta nordestino
Porém só conto a pobreza
Do meu mundo pequenino
Eu não sei contar as glórias
Nem também conto as vitórias
Do herói com seu brasão
Nem o mar com suas águas
Só sei contar minhas mágoas
E as mágoas do meu irmão

..............................................................................
Meu bom Jesus Nazareno
Pela vossa majestade
Fazei que cada pequeno
Que vaga pela cidade
Tenha boa proteção
Tenha em vez de uma prisão
Aquele medonho inferno
Que revolta e desconsola
Bom conforto e boa escola
Um lápis e o caderno.


O poema de Patativa do Assaré conta a história da seca no Nordeste, do sofrimento do povo, das injustiças sociais, da migração para o sul. Fala da luta, do trabalho e do perigo da entrada dos filhos na marginalidade.

ESTILO – Maneira de se expressar de um escritor (estilo individual) ou de um grupo de escritores de determinada época (estilo de época).

TEMA – Principal assunto ou mensagem de um poema (ideia principal).

Qual o tema do texto de Patativa de Assaré?

A POESIA traduz a forma como o poeta vê o mundo, e no mundo também existem coisas tristes. Logo, belos versos também podem falar de sofrimento e dificuldade. Observe com bastante atenção os quatro primeiros versos do texto que estamos estudando.

Neste estilo popular
Nos meus singelos versinhos,
O leitor vai encontrar
Em vez de rosas espinhos

Também é interessante observar que nesse trecho, o autor anuncia o estilo de poesia que ele faz, o popular. Ele avisa aos seus leitores que não encontrarão apenas “rosas” (coisas belas), mas também “espinhos” (tristeza e problemas).


COMO SE FOSSE UM TAMBOR

Muitos poetas querem que seus versos tenham ritmo e cadência, como se houvesse um tambor batendo a intervalos regulares. Patativa conseguiu esse efeito em seu poema. Chame a atenção dos alunos para o ritmo dos versos, mostrando como esse efeito encanta o leitor.

ACRÓSTICO

É um recurso poético em que as letras iniciais dos versos formam uma palavra ou frase na vertical. Muitas vezes, os acrósticos são criados a partir de um nome próprio. Os poetas populares usam bastante o acróstico com seu próprio nome para identificar seus textos. Assim, indicam que os cordéis expostos em espaços públicos, como feiras, são deles.

Posso dizer que cantei
Aquilo que observei
Tenho certeza que dei
Aprovada a relação
Tudo é tristeza e amargura
Indigência e desventura
Veja, leitor, quanto é dura
A seca no meu sertão.


OFICINA 9 – AS METÁFORAS

• Identificar e usar comparações, imagens e metáforas.

Ao ver o mundo de um modo poético, os poetas fazem comparações e criam metáforas.

O LEÃO – Vinícius de Moraes

Leão! Leão! Leão!
Rugindo como o trovão
Deu um pulo, e era uma vez
Um cabritinho montês.

Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!

Tua goela é uma fornalha
Teu salto, uma labareda
Tua garra, uma navalha
Cortando a presa na queda.

No verso “rugindo como o trovão”, o poeta estabelece uma relação de significado entre força, poder e volume de som.

Quando usamos expressões como “é pequeno como...”, “sua garra é afiada como...”, estamos fazendo COMPARAÇÕES.

Quando dizemos que alguém tem “olhos de jabuticaba”, estamos nos referindo aos olhos muito pretos dessa pessoa. Quando dizemos que “choveu canivete”, estamos querendo dizer que choveu muito forte. Nesses casos, estamos usando METÁFORAS.

Metáfora, portanto, é um tipo especial de comparação em que não usamos o comparativo como ou qualquer outro.

Você é como uma linda estrela. – comparação
Você é uma linda estrela. – metáfora

Quando usamos metáforas, falamos de um objeto ou de uma qualidade com palavras que se referem a outros objetos ou qualidades, mas que podem ser tomadas emprestadas para fazer comparação. Assim, quando digo que alguém tem uma saúde de ferro, estou tomando emprestada a força do ferro para dizer que essa pessoa tem uma saúde muito forte.


O céu bordado d’estrelas,
A terra de aroma cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
(Casimiro de Abreu)

1. Como seria o “céu bordado de estrelas”?

2. Qual o sentido dos versos “as ondas beijando a areia” e “a lua beijando o mar”?

O uso de metáforas sempre deixa o verso mais interessante. Se o poeta dissesse simplesmente que “havia muitas estrelas no céu” e “a lua refletia luz no mar”, os versos não seriam tão poéticos.

PROPOSTAS DE ATIVIDADES

1. Paródia do texto “CANTADA”, de Ferreira Gullar, utilizando elementos de nossa cidade e coisas de que gostamos e que admiramos.

2. Fazer uma lista de características (qualidades e defeitos) do lugar onde vivemos. Vamos pensar no rio, no Córrego do Ouro, na cachoeira do Salto, na Serra da Cruz,  numa praça, em uma árvore, enfim, em algum lugar da cidade do qual você goste muito. Agora, vamos anotar as sensações que esse lugar desperta, as cores que percebem, os sons e os cheiros que existem lá.

3. Vamos fazer comparações:

a) O rio é ________________ como _______________
b) O rio tem cheiro de __________________________
c) A cor do rio parece __________________________
d) A minha rua tem um barulho como _____________
e) Minha cidade até parece _____________________
f) No pátio da escola tem uma árvore que parece _____


4. Agora, vamos criar metáforas:
a) O rio _________________________________
b) Minha rua ____________________________
c) O céu de minha cidade __________________
d) Minha cidade _________________________
e) A árvore da escola _____________________


OFICINA 10 – O LUGAR ONDE VIVO

• Estudar poemas sobre a terra natal de diferentes escritores;
• Resgatar sentimentos sobre o lugar onde os alunos vivem.

MILAGRE NO CORCOVADO
Ângela Leite de Castilho Souza

Todas as noites
de céu nublado
no Corcovado
faz seu milagre
o Redentor:
fica pousado
no algodão-doce
iluminado
como se fosse
de isopor.

Mas todos sabem
que bem de perto
esse Jesus
é um gigante
de mais de mil
e cem toneladas...
Suba de trem,
vá pela estrada,
quem chega lá,
ao pé do Cristo,
vira mosquito.

E olhando em volta
para a cidade
de ponta a ponta
maravilhosa
a gente sente
um arrepio:
o milagre
é o próprio Rio!

1. É interessante mostrar imagens do corcovado e perguntar de alguém da turma já esteve lá.

2. Qual o tema do poema?

3. Vamos observar as metáforas presentes no texto.



CIDADEZINHA – Mário Quintana

Cidadezinha cheia de graça...
Tão pequenina que até causa dó!
Com seus burricos a pastar na praça...
Sua igrejinha de uma torre só...

Nuvens que venham, nuvens e asas,
Não param nunca nem um segundo...
E fica a torre, sobre as velhas casas,
Fica cismando como é vasto o mundo!...

Eu que de longe venho perdido,
Sem pouso fixo (a triste sina!)
Ah, quem me dera ter lá nascido!

Lá toda a vida poder morar!
Cidadezinha... Tão pequenina
Que toda cabe num só olhar...


1. Qual é o tema do texto?

2. O poema nos faz lembrar de coisas alegres ou tristes?

3. Você consegue imaginar, “visualizar” a cidadezinha descrita por Quintana? É parecida ou muito diferente da nossa?

4. Vamos observar as comparações e as metáforas usadas nos dois textos.

5. Mário Quintana usa o recurso da rima para exprimir a simplicidade e o encanto da sua cidade. Além de usar rimas originais, ele se preocupou com o ritmo do poema. Já Ângela Leite de Castilho Souza não rima seus versos. Ela prefere outros recursos, como a comparação e a metáfora. No verso “fica pousado no algodão-doce” ela mostra sua visão do Cristo iluminado à noite, cercado pelas nuvens. Para a autora, é um milagre o gigante de muitas toneladas pousado no algodão-doce.

SÓ RELEMBRANDO...

O tema do poema que os alunos vão produzir é “O Lugar Onde Vivo”. Eles não devem repetir o tema no titulo. Devem criar um título original e sugestivo. Embora todos devam escrever sobre o mesmo tema, cada um poderá escolher um título diferente.


OFICINA 11 – UM NOVO OLHAR

• Propiciar um olhar novo e original sobre o lugar onde cada aluno vive.

A maioria dos poetas têm uma fonte em que buscam inspiração para compor seus poemas. Muitas vezes, essa fonte é o lugar onde vivem ou viveram. Manuel Bandeira, por exemplo, tem no Recife de sua infância um de seus temas preferidos. Da mesma forma, a vivência interiorana e a paisagem de Minas Gerais marcam a obra de Carlos Drummond de Andrade.

Os alunos-escritores devem se inspirar no lugar onde vivem. A fonte de inspiração não é só a cidade, mas também o bairro, a rua, as paisagens, os locais interessantes, seus moradores, a cultura e as peculiaridades. Ajude-os a buscar essa inspiração, resgatando impressões, sensações e sentimentos, de forma que encontrem um olhar pessoal e único sobre o lugar onde vivem.

O poema que será produzido não precisa falar sobre todos os aspectos da cidade, pois assim os versos podem ficar longos e desinteressantes. Por outro lado, deve revelar peculiaridades do lugar que podem encantar e conduzir o leitor ao mundo do poeta.

CONFIDÊNCIAS DO ITABIRANO
(Carlos Drummond de Andrade)

Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas...

ALMA CABOCLA – Paulo Setúbal

E, na doçura que encerra
Esta simpleza daqui,
Viver de novo, na serra,
Entre as gentes desta terra,
A vida que eu já vivi...


TER O QUE DIZER

Buscar o que dizer num poema é muito diferente de buscar assunto para outros tipos de texto. Por exemplo, quando ensinamos nossos alunos a escrever um artigo de opinião, é preciso fazer uma pesquisa para a coleta de vários dados, mas no caso dos poemas, isso é bem diferente.

Fazer poesia não é organizar informações objetivas em forma de versos. O ofício do poeta não é descrever aquilo que vê, mas expressar sentimentos e vivências interiores. Do contrário, o poema pode perder seu encantamento e sua originalidade.

VAMOS CONVERSAR SOBRE NOSSO LUGAR...

... a cidade, o distrito, o bairro, as ruas, os espaços interessantes que impressionam de alguma forma. Bom mesmo seria fazer um passeio pela cidade.

O objetivo aqui não é coletar dados, é incentivar a observação de pequenos detalhes, perceber as impressões e as sensações causadas por essa observação:

a) O eles sentem?

b) Qual a cor predominante desse lugar?

c) Quais os ruídos do lugar onde vivem?

d) O sol, as nuvens, o calor, o frio... que sensações despertam?

e) Se você tivesse que descrever um desses lugares para pessoas que não os conhecem, como faria?

OBS.: Para escrever sobre o lugar onde vivemos, é preciso, antes de tudo, aprender a olhar esse lugar com olhos apaixonados. Tem que ser um olhar diferente daquele do dia a dia.

Veja essa estrofe de Alberto Caeiro (Fernando Pessoa):

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e rios.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e flores.

a) O que o poeta quis dizer com esses versos?

b) Muitas vezes, olhamos as coisas com pressa ou de maneira superficial, ou ainda, com olhar de rotina. Assim, deixamos de ver todos os obstáculos, de observar coisas que estão ocultas à primeira vista.


OFICINA 12 – VIRANDO POETA

• Escrever um poema com o tema da Olimpíada: “O Lugar Onde Vivo.”

UM EXEMPLO

O MUNDO DENTRO DA REPRESA DO FRADE

A represa é presa
Presa com água
E feita de pedra, pesada
Com mil toneladas de água.

Lá embaixo os peixes:
Cascudo, cará, carapeba
Brincam de esconde-esconde
Se entocando nas pedras.

Desce a correnteza, correndo
Descansa na represa
E cai pelo caidor
Fazendo cócegas nas pedras.

A água de baixo
Temendo a água de cima
Faz onda para escapar
Fugindo para outro lugar

Sobre a estreita ponte
O danado do vento
Vem assustar a gente
Com seu sopro violento
As árvores nas beiras
Se seguram na areia
Temerosas
Não querem ser levadas
Pela força da correnteza

Da minha janela vejo esse
Mundo:
Um mundo dentro do outro
Preso nas muralhas da represa

(Texto de Carla Marinho Xavier, aluna da professora Maria Luiza Alves da Silva – vencedoras da edição 2006 do Programa Escrevendo o Futuro.)

Agora, vamos a produção do poema que irá participar da Segunda Olimpíadas de Língua Portuguesa. Cada aluno deve exprimir no texto a visão pessoal e original do lugar onde vive.

1) Para mostrar impressões e sentimentos, devem usar as palavras de forma diferente. Os recursos poéticos estudados nas oficinas devem ser utilizados..

2) O tema proposto é “O Lugar Onde Vivo”. Pensando nesse tema, o aluno fará seu primeiro rascunho, deixando a emoção fluir e soltando a imaginação.

3) Para compor poemas, mesmo os poetas consagrados ficam muito tempo melhorando seus versos, arrumando, organizando, mexendo nas palavras. É preciso tempo, não só para fazer correções, mas para aprimorar o texto. É assim que os poetas deixam de lado o lugar-comum, rompem com os clichês e conseguem encantar o leitor com um texto original e criativo.

4) Agora vamos aprimorar os poemas que foram escritos:

a) O título do poema é criativo?

b) O texto tratou do tema, mostrando características e peculiaridades do lugar onde vivem?

c) O poema usa alguns dos recursos estudados nas oficinas: rima, quadra, aliteração, comparação, metáfora?

d) O poema tem um ritmo cadenciado?

Feito isso, vamos passar os poemas a limpo e escolher junto com a turma os três melhores para encaminhar a comissão julgadora da escola.

É interessante fazer uma culminância desse projeto com um novo sarau, dessa vez com os textos dos próprios alunos.

terça-feira, 16 de março de 2010

COLETÂNEA LITERÁRIA DO COLÉGIO PEDRO ADAMI - 2009

APRESENTAÇÃO



“Quem lê viaja”. A proposta desta coletânea é que você, leitor, viaje. O passaporte está em suas mãos, use-o à vontade. Nossos alunos-escritores já fizeram a viagem de produção. Agora é sua vez de fazer a viagem da leitura.

A cada ano me surpreendo com o potencial dessa galera. Aliás, acho que já nem me surpreendo, já espero que seja sempre uma belezura, e tem sido. Agradeço à direção do Pedro Adami pelo incentivo a este trabalho, bem como pela liberdade pedagógica. A cada participante agradeço pela resposta a este projeto.

Já por dois anos seguidos o Pedro Adami está na coletânea do Macaé Cidadão e isso é maravilhoso. Tanto os alunos participantes quanto eu vibramos com isso, assim como vibramos com nossas coletâneas anuais.

A cada aluno-escritor, contemplado ou não nesta coletânea, meu carinho. A você, leitor, boa viagem.



Prof. Isac Machado de Moura



PROPOSTA: criar uma paródia do texto CANTADA, de Ferreira Gullar, incluindo elementos da realidade de cada um.


CANTADA

você é mais bonito que a pedra do Frade

você é mais bonito que uma rosa vermelha

você é mais bonito que o azul do céu,

que os peixinhos no aquário,

que um cachorrinho peludo.

você é mais bonito que a estrela do mar

você é mais bonito que os fogos de artifício da virada do ano

mais bonito que as cachoeiras,

que o céu estrelado,

que o eclipse.

olha, você é tão bonito quanto o mar

e quase tão bonito

quanto o amor que há no coração de alguns

seres humanos.


Fernanda Souza  - Turma E-3101



Gosto muito de escrever. Quando escrevo esqueço de tudo e de todos, viajo em meus pensamentos e posso dar vida a quem não tem, posso fazer voar quem jamais conseguiria. Quando escrevo, o mundo fica em minhas mãos e posso fazer tudo acontecer usando a imaginação. (Carla Priscila – E-1102)


CANTADA

Você é mais bonita que uma Ferrari vermelha

no circuito de pistas em Mônaco

Você é mais bonita que o Cristo Redentor.

Você é mais bonita que um gato do mato,

que um filhote de golfinho,

que um Cruzeiro 5 estrelas em mar aberto.

Você é mais bonita que uma guitarra feita de diamante e adornada com jaspe.

Você é mais bonita que o estúdio de gravação

da banda U2,

mais bonita que Taís Marques,

que a Catedral do Rio de Janeiro,

que o vermelho da rosa no campo.

Olha,

você é tão bonita quanto o nascer do sol

na praia dos Cavaleiros

e quase tão bonita

quanto a queda d'água da Cascata.


Cristian Guimaraens  - Turma E-2101


PROPOSTA: Quando a rotina vira poesia. Produzir um texto em verso que fale de pessoas comuns, anônimas ou não, que façam parte de nossa rotina.


O MOTORISTA DA VAN

De segunda a sexta

sempre a mesma coisa

cada dia ele passa

em um horário diferente,

nunca sei ao certo a hora de

sair de casa;

alguns dias está sério,

outros, mais sorridente,

mas é sempre a mesma coisa:

sempre adiantado ou atrasado.

Se perguntamos que horas ele

vai passar, diz um horário,

mas quase nunca o cumpre.

Ao sair do colégio,

ele está lá esperando os alunos,

mas de vez em quando os alunos

o esperam chegar,

sempre a mesma coisa...

esperamos um dia mudar.


Marina da Silva - Turma E-3101



MEU PROFESSOR DE REDAÇÃO


Meu professor de redação é um pouco

"diferente".

Ele entra na sala de aula quieto,e quando

perguntamos alguma coisa ele diz:

heim!! .... ham!!

ele também diz coisas estranhas como nomes de

pessoas misturados com nomes de frutas, animais, etc.

Na prova, quando pedimos explicação de algum exercício,

ele diz: " é, pois é"!

Embora seja um pouco " maluquinho", não deixa

de ser um bom professor.

Ele nos ensina e nos diverte ao mesmo tempo,

e por incrível que pareça, aprendemos melhor assim,

pois a aula fica mais interessante e divertida.


Fernanda - Turma E-3101



Gosto muito de escrever. Quando escrevo sinto a minha alma mais leve, tranqüila; vou desabafando, e a cada palavra, minha tristeza fica totalmente para trás. Com o passar do tempo, vou me sentindo mais alegre, disposta a enfrentar as coisas sem sentir medo da hora do sofrimento. (Janinha Leal – turma E-1102)


O MOÇO QUE VARRE A RUA


Uma pessoa diferente

Uma pessoa que aparenta

Ser de bom caráter

Tentando sustentar

Sua família.

Não o conheço

Mas eu o vejo diariamente

Dias ele está triste e quieto

Dias ele está alegre e cantante.

Não sei o que se passa na cabeça dele

Não o conheço

Mas sei que preciso dele

Todos do meu bairro precisamos dele

Para não andarmos na sujeira.


Nathany  - Turma E-2101


“Quem lê viaja.” Quando leio, é como se estivesse dentro do livro, vivendo o momento. Ler é uma dádiva divina, é deixar-se viver outras emoções através da experiência de outros. Busco nos livros respostas que nem sempre uma pessoa poderia me dar... coisa de amigo, sabe?” (Gisele Freitas Leal – turma E-1102)


O PEDREIRO DA MINHA CASA


Ele chega quieto,

sem fazer barulho.

Pega as ferramentas

tudo num embrulho
faz a massa

quebra, bate,

mas constrói

a casa

Da areia

do cimento.

As vezes do nada

de repente aparece

uma casa.


Karoline Godin  - Turma E-1102



“Quem lê viaja!” Quando leio é como se pudesse ir bem longe, conhecer aquilo que não posso, viver aquilo que não está ao meu alcance. Quando leio, aprendo, descubro, viajo e realizo coisas impossíveis. Lendo, posso ser a mulher maravilha, uma gatinha, posso virar sereia. Acima de tudo, a leitura me proporciona o saber.” (Vânia Junger – turma E-1102)


A SECRETÁRIA DO CURSINHO


Eu subia as escadas, chegava à porta,

lá estava a secretária Lydianne.

Sempre com uma revista na mão,

às vezes pintando suas unhas,

às vezes ao telefone.

Dava um bom dia com um sorriso no rosto

e me indicava a sala para eu estudar.

Quando não havia aula no curso,

ela me convidava para tomar um café,

sempre me contava umas lorotas...

Ao fim da tarde,

Lydianne pegava suas coisas,

assinava um caderno,

e ia embora.


Cristian Guimarães Thomaz - Turma E-2101


“Quando escrevo, minha imaginação flui. Escrever é uma forma de desabafar, parece que alivia a tensão, é melhor que gritar.” (Nathany – turma E-2101)


O PADEIRO

O padeiro é uma pessoa trabalhadora

acorda cedo todos os dias

faz os pães

e um pouco mais tarde abre a sua padaria.

A tarde é a mesma rotina

faz os pães

e põe para vender

todos os dias é a mesma rotina.


Inglid Flor Franco - Turma E-2101


“Quando escrevo, estou expondo todos os meus sentimentos, tentando fazer com que a pessoa que ler o meu texto sinta ou tenha a mesma ideia. Um bom texto é aquele que envolve o leitor, que o faz viajar. Escrever é um dom.” (Cristian Thomaz – turma E-2101)



A LUNA

Talvez nunca saiba

que fiz-lhe esses versos;

talvez diga-lhe que fiz,

publique.

Não sei.

Sei que tem uma beleza simples,

natural,

especial,

talvez triste,

talvez séria,

talvez nada disso;

encanto

que do meu canto admiro

e que me encanta

quando abre-se num sorriso

que palavras não descrevem.

Seu rosto exala juventude,

quietude,

futuro,

é maduro seu olhar cortante,

atento,

observador,

um amor essa minha aluna.


Isac Machado de Moura


PROPOSTA: Criar uma narrativa de ficção imaginando-se portador de consciência e de memória no momento do nascimento,.


EU NASCI ASSIM

Quando acordei fui me espreguiçar e aconteceu um fato diferente: a água começou a sair, só não sei por onde. Fiquei um pouco assustada, mas depois fiquei calma; escutei um barulho estranho, era a sirene da ambulância, estávamos indo para o hospital. Minha mãe estava muito nervosa, ficamos lá muito tempo, umas 7 horas, até que o médico disse que iria fazer uma cesariana. Eu pensei: “será o que é isto?” Depois de algum tempo, começaram a mexer na barriga, de repente alguma coisa me pegou, eu fiquei apavorada e comecei a chorar. Somente quando me colocaram perto da minha mãe, fiquei mais calma. Eles me pegaram de novo, começaram a me limpar e colocaram em mim um macacão lindo, eu adorei, me levaram para o quarto junto de minha mãe e meu pai. No quarto tinha mais gente e todo mundo mexia comigo, eu achei aquilo muito chato, pois queria dormir.


Marina Cipriano  - Turma E-3101


EU NASCI ASSIM...

Eu estava muito bem na barriga da minha mãe já há nove meses, quando começou a me dar um tédio, uma vontade de fazer algo novo. Foi quando eu resolvi: ”Vou sair dessa barriga, vou nascer”. Comecei a chutar, empurrar, socar a barriga da minha mãe até ela ir para o hospital e o médico me tirar da barriga dela.

O parto da minha mãe foi difícil, pois eu a chutava muito para sair da sua barriga. Até que depois de muita luta eu nasci. O médico nem precisou me bater para chorar, pois já nasci chorando muito.


Karoline Stéfane Loureiro Godim. - Turma E-1102



“Gosto muito de escrever. Quando escrevo, meus pensamentos fluem e eu libero minha imaginação. Realmente, ao escrever, tenho toda a liberdade de expressar o que penso, minhas opiniões. Posso inventar tudo do meu jeito. Posso recriar o mundo a minha maneira, do jeito que quero que seja.” (Lídia Figueira – turma E-2101)


EU NASCI ASSIM


Eu estava tranquila na barriga da minha mãe, quando de repente veio uma enchente e me levou para fora... que sensação terrível. Quando eu menos esperava um "buraco" foi aberto e eu tinha que sair por ele, deixar o conforto da barriga da minha mãe, eu não queria sair, mas...

De repente, eu me vejo saindo daquele conforto, aquele homem estranho me segurando, dando um "tapa" em mim para eu chorar e cortando a única ligação que ficou com minha mãe, chorei tanto, pois, eu não podia fazer nada para mudar aquilo. Para piorar a situação, eles me tiraram de perto da minha mãe, me levaram para um lugar cheio de bebês. Pôxa, fiquei tão triste, eu queria tanto voltar para a minha mãe. Mas, de repente, uma enfermeira me pegou no colo e me levou para perto da minha mãe, para ela me amamentar, mas depois me levou embora de novo.

Até hoje eu não entendo porque isso aconteceu, a sensação de nascer é muito estranha.


Inglid Flor Franco - Turma E-2101


“Para mim, poesia é o que nos encanta, nos inspira, o que atiça nossos sentimentos. A poesia tem a capacidade de mexer com o nosso interior. A poesia nos torna pessoas mais sonhadoras; ela é capaz de nos fazer refletir, relembrar, emocionar, encantar e inspirar.” (Lídia Figueira – turma E-2101)


EU NASCI ASSIM...


Era dia 20 de março, e eu já não estava mais acomodada igual antes, não podia nem me esticar, então resolvi sair, não foi fácil. Apesar de ter sido cesariana, custei a pegar no ponto certo, e fazer com que minha mãe sentisse dor, mostrando que eu queria sair. Com 3,150 Kg nasci na manhã do sábado, 21 de março, com muita raiva, por conta dos apertos que passei. Ainda vem um retardado e me bate, vê se pode?! A sorte dele é que eu estava cega, por causa da luz forte em meus olhos. Então me mandaram logo pro berçário, depois que recuperei minha visão, avistei toda a minha família babando, só porque estavam me vendo, foi o único momento que fui o centro das atenções, que tristeza!


Tainá Borges - Turma E-3101


“Quem lê viaja!” Quando leio, é como se mergulhasse em um lugar diferente, novo. Toda a história passa como um filme em minha cabeça; são novos horizontes se abrindo. A leitura além de proporcionar prazer nos ensina novas coisas. Quem lê tem maior bagagem de informação. O livro é um passaporte que me permite viajar por muitos lugares. Cada livro nos traz um mundo diferente.” (Lídia Figueira – turma E-2101)


MEU NASCIMENTO


Estava tranquilamente dormindo um soninho bem gostoso, quando de repente me assustei com um movimento muito grande. Não sabia o que estava acontecendo, sei que fiquei com muito medo. De repente senti que alguma coisa me empurrava, não sabia o que era, só sei que não tinha forças para permanecer no meu lugar bem quentinho. De repente,minha cabeça saiu de dentro da minha mãe e avistei um homem todo de branco ,ele me puxou e o meu corpo saiu por inteiro, e por incrível que pareça ele me deu um tapa, pois é, aquele cara desconhecido deu um tapa em meu bumbum.  Pensei: por que ele me bateu? eu não fiz nada!
Logo em seguida, ele me colocou sobre a minha mãe, ah foi tão bom. Só que logo em seguida ele me tirou e me entregou a uma mulher toda de branco. Ela me tirou dali e me levou para uma sala onde me examinou, me limpou e colocou roupas em mim. Em seguida ela me levou de volta para minha mãe, aí eu fiquei feliz, pois estava com minha mamãe.

Só não entendi uma coisa: quem era aquele homem de branco e aquela mulher?

Joiciane Dias dos Santos - Turma E-2101


O MEU NASCIMENTO

Bom, pra começa, foi horrível. Estava eu num lugar bem escuro e cheio de água, porém era bem quentinho, não fazia ideia de onde estava. Eu já ia me preparar para o meu soninho quando de repente o lugar onde eu estava começou a me empurrar para fora. Quando eu olhei para o lado, eu vi um buraquinho com uma luz lá no fundo. Daí, fui ficando cada vez mais próxima da luz, sem contar que eu estava de cabeça para baixo. Primeiro foi a minha cabecinha, de repente eu vi aquela luz nos meus olhos e foi um impacto; daí eu ouvia aquele homem de verde com um pano redondo na cabeça, que chamavam de toca, dizendo: “vai, tá saindo!” E minha mãe fazendo um barulho muito esquisito assim: am, am, ai, ui !

Eu me sentia uma gelatina saindo da forminha. Aí do nada eu fui cuspida e por pouco não caio no chão, me levaram para uma mesa e enfiaram um troço na minha boca, sem contar que aquele homem feio bateu no meu bumbunzinho. Foi horrível!
Ingrid Elizabeth  - Turma E-3101


EU NASCI ASSIM...

Eu já estava há mais ou menos nove meses dentro de um lugar escuro, quentinho, muito aconchegante, pra falar a verdade, na maior mordomia. De repente eu senti um movimento estranho, começou a alagar tudo, e alguma coisa estranha começou a ficar mais acelerado, eu fiquei desesperada, não sabia o que fazer. De repente no meio da escuridão, começa a aparecer uma luz, e alguma coisa estava me forçando a chegar perto daquela luz; quando eu cheguei perto da luz um homem muito grande pegou na minha cabeça, pegou no meu corpo e me puxou, eu não sabia o que fazer, aí eu comecei a gritar, gritei o mais alto que eu consegui. Aí eu vi um cara com um negócio brilhando, com duas pontas e cortou a única coisa que poderia me ajudar a voltar pra lá, me enrolaram num pano e me limparam toda, depois me levaram pro colo da minha mãe, foi a coisa melhor que aconteceu, não era como antes, mas continuava sendo maravilhoso.

Nathany Moura dos Santos - turma E-2101



PROPOSTA: produção de uma crônica – o cronista como um colecionador de instantes.


A CAMINHO DE CASA

Na verdade, na maioria dos dias acontecem as mesmas coisas: acordo, vou para a escola, estudo, vou para casa, almoço, fico a tarde toda na internet, espero minha mãe chegar e brigar comigo por não ter feito os serviços de doméstica, janto, tomo banho e vou dormir. Mas naquele dia foi tudo diferente: acordei com o pé direito, levantei cedo, tomei um bom banho demorado, um reforçado café da manhã e fui para a escola super animada, perfumada, arrumada e linda; fiz todas as tarefas, contagiei a todos com minha alegria, tanto que me perguntavam o porquê de tamanha animação, e eu respondia que nem eu mesma sabia.

O sinal tocou, a aula acabou, fui me direcionando ao portão, quando percebi que meu cabelo estava bagunçado, geralmente eu não ligo para isso, afinal, a minha casa não é tão longe da escola, mas não custava nada arrumar o cabelo.

Estava a caminho de casa, quando notei a presença de uma pessoa andando ao meu lado, a observei, e percebi que ele fez o mesmo, trocamos olhares, algumas palavras necessárias. Desse dia em diante, começamos a voltar todos os dias juntos para casa, e ficamos, e estamos namorando. Nunca pensei encontrar um namorado a caminho de casa.

Tainá Borges  - turma E-3101


PROPOSTA: após a leitura da letra da canção CLARISSE, de Renato Russo, imaginar-se amiga da personagem e escrever-lhe uma mensagem de apoio para que saia daquela vida.


Clarisse,

Na vida estamos cercadas por problemas, mas não é por isso que vamos cair e desistir no primeiro obstáculo. Temos que lutar, bater de frente com os problemas, lutar contra eles.

Sei que você pensa que ”quem sou eu pra ficar falando da sua vida? Para lhe dar conselhos? Não sei o que você está passando!” Mas não é assim. Eu sei o que você está passando, sei o que você está sentindo. Sei que quando estamos desiludidos com o mundo, quando a nossa vida parece um inferno, que nada nem ninguém nos entende, temos vontade de morrer, sumir. Já passei por isso, estou passando, todos os adolescentes passaram, passam ou estão passando por isso, faz parte da vida para amadurecermos.

Eu sei que tem dias que não queremos dizer nada, queremos apenas ficar quietos, pensando na vida, nos nossos problemas, mas nossos pais, nossas famílias acham que estamos sendo idiotas, bobos, que esses problemas que temos não equivalem a 1/3 dos problemas deles, mas não é assim. Às vezes também acontece de todo mundo ficar em cima, querendo cuidar da gente, mas aquele cuidado possessivo, que nos sufoca. Ficam querendo saber o que está acontecendo com a gente, o que a gente tem. Muitas das vezes nada temos, mas dizemos que estamos tristes para ver se assim nos deixam em paz.

É difícil ter forças para sobreviver quando vemos que a nossa vida não é igual a da TV, onde tudo é perfeito, o bem sempre vence o mal, a mocinha sempre fica com o príncipe encantado, quando mãos amigas se transformam em punhais, quando todos dizem que você não é capaz de realizar seus sonhos, seus objetivos. Mas é nessas horas, Clarisse, que temos de levantar nossas cabeças e acreditar que somos capazes, que se a vida não é igual a da TV, tudo bem, pode até ser que possamos não encontrar o príncipe encantado, mas podemos pelo menos ficar com o sapo em metamorfose e fazê-lo virar príncipe, quem sabe!?

Temos que ter fé, Clarisse, que possamos mudar nem que seja 1/10 do mundo. Porque mesmo o mundo estando horrível, vergonhoso de se viver, temos que ajudar a fazer a diferença, temos que ajudar o mundo a voltar a ser o que era antes, assim as outras pessoas vão nos ver tentando mudar o mundo e vão tomar consciência do que estão fazendo com ele. E então todos juntos mudaremos o mundo.

Então ouça meu conselho, Clarisse, acredite em você, esqueça de tudo e de todos, seja você mesma, faça o que bem entender e seja feliz, porque tudo isso no futuro não passará de lembranças das quais daremos risadas.

Karoline Godim. - Turma E-1101


PROPOSTA: a partir da leitura de um fragmento da obra A HORA DA ESTRELA, de Clarice Lispector, produzir um texto em verso sobre ESTAR GRÁVIDO/A DE FUTURO.


ESTOU GRÁVIDO DE FUTURO

Tenho a certeza...

Certeza de que eu vou chegar lá.

Por mais que seja doloroso,

demorado, cansativo.

Faz parte de mim

sofrer e vencer!

Cuido dele como se fosse um filho.

Invisto com todas as minhas forças.

E sei que quando chegar a hora,

descansarei e desfrutarei.

Terei orgulho de olhar para trás

e dizer que tudo valeu a pena!


Cristian Guimarães Thomaz - Turma E-2101


GRÁVIDA DE FUTURO

Estou grávida de futuro.

Nossa! não aguento mais

Essa espera,

Estou ansiosa.

Preciso saber logo

Como vou me sair,

Estou a espera

De uma notícia

Essa notícia

Pode mudar minha vida,

Mudar meu futuro.

Será que eu vou passar

Na prova do ENEM?

Nathany Moura dos Santos - Turma E-2101


ESTOU GRÁVIDA DE FUTURO

Estou esperando um futuro

Que talvez não chegue,

Sonhando com um futuro melhor,

Desejando,

Que tudo mude.

Será que isso um dia vai acontecer?

Talvez sim,

Pois,milagres acontecem,

Pessoas mudam

E também o mundo

Um dia

Pode MUDAR....

Andreza  - Turma E-2101


“Quando escrevo, liberto minha alma. Quando ninguém me “entende”, escrevo. Quando estou triste e escrevo, é como se eu estivesse desabafando, e quando “procuro” a tristeza em mim, já não encontro mais. Ela se foi.” (Josiele – turma E-2101)


GRÁVIDO DE FUTURO


Amanhã viverei

sem saber detalhes,

porém,o que vai acontecer

talvez já devo saber...

meu pai fez sua escolha

e do jeito dele vai ser.

Vou crescer e virar doutor,

assim devo viver.

Deve ter escolhido por mim

por ter meu avô feito o mesmo,

e, assim, toda a família

como tradição gerou o futuro dos filhos.

Serei imparcial,

deixarei meu filho aprender, decidir,

não direi o que vai ser,

se doutor,ou poeta...

ele saberá ser feliz.


Teófilo Joaquim S.Cruz  - Turma E-2101


GRÁVIDA DE ESPERANÇA

Estou grávida de esperança!

esperança de um mundo

melhor!

sem violência, crimes, mortes...

espero uma vida com mais

amor e alegria, com mais

doces e brincadeiras para as crianças...

mais beijos e abraços

para os namorados e mais soluções

para os problemas do senado.

Estou grávida de futuro!

Estou grávida e espero um dia

viver num lugar melhor!

Um futuro de esperanças!

Giane Neves - Turma E-3101


“Quando escrevo, me sinto à vontade, me sinto livre para me expressar. Quando escrevo, procuro viver as palavras, abuso dos sentimentos e da intensidade. Há um lado de mim que só conheço ao escrever, talvez uma personalidade oculta. Escrever me faz sentir bem. A poesia é o depoimento da alma.” (Teófilo – turma E-2101)


GRÁVIDA DE FUTURO

Estar grávida de futuro

é estar bem,

é se sentir renovada,

com alma leve e

cheia de esperança.

Estando grávida de futuro,

é como se a vida

recomeçasse do zero,

você volta ao ponto

de partida e

muda a sua história.

Estou grávida de futuro,

simplesmente porque

não há como viver

sem esperança, sem aquela vontade de viver

e de se aventurar.

Karen Pacheco - Turma E-3101


GRÁVIDA DE FUTURO

Estou grávido de futuro,

ou seja,aguardando um futuro

sem medo de ser um futuro ruim,

mas encarando com coragem.

A vida é assim...

vivendo e aprendendo com os erros,

ela é feita do passado e do presente,

e aguardando o futuro.

A vida é feita de momentos;

no futuro, pretendo ser melhor do que sou hoje.

Elton Linhares Vieira - Turma E-3101


“Quem lê viaja!” O livro é um passaporte. Quando pego um livro e começo a ler, viajo por lindos lugares, vivo um verdadeiro conto de fadas, com direito a castelo e, principalmente, um príncipe encantado. Ler é abrir a porta do conhecimento, é desvendar mistérios e viver lindas aventuras.” (Gilmara Machado – turma E-2101)




PROPOSTA: minhas crises, meus monstros...


CONFUSO

Estou em fase de amadurecimento,

Desenvolvimento físico e psicológico.

Não vivo agora em submissão,

Mas em crítica e entendimento.

Crítica que me leva a pensar,

Estar em reflexão.

Crítica que me leva ao saber,

Me deixando em confusão

Por não entender.

Não uma confusão permanente

Que me assole pela eternidade,

Mas confusão passageira

Que me atormenta nesta fase

Que estou vivendo.

Além dessa confusão,

O que me resta é pensar,

Raciocinar,

Meditar.

O que resta agora não é a crítica,

Mas sim a dúvida de saber

O que pode me esperar.


Felipe Custódio  - Turma E-1102


CONFUSA

O dia passa, a noite vem,

E eu continuo confusa,

Confusa eu estou,

Se eu o amo ou não.

Os dias passam,

E os meses também.

E eu continuo confusa,

Será que ele me ama também?

De tudo que passei,

De tudo que irei passar,

Eu sempre continuo confusa,

Será que é ele mesmo que hei de amar?

De todas as conversas,

De todas as alegrias...

Mesmo assim continuo confusa,

Assim termino mais um dia.

Mesmo confusa, eu te amo

Mas não sei se é verdadeiro,

Se namoro ou amizade...o que realmente quero?

Quero apenas um amor ,mas que seja sincero.


Aline Medeiros - Turma E-2101


A CRISE

Eu tento me encontrar,

mas não sei onde estou,

procuro um lugar

mas não sei se ele existe.

Minha mente não está legal...

acho que estou em crise.

A vida tá passando,

não sei o que faço;

a crise tá me matando,

espero que isso melhore,

pois a vida está apenas começando.


José Lucas - Turma E-2101


“Quando leio, é como se eu fosse para bem longe, para um mundo onde os meus desejos se realizam, onde eu posso conhecer novos lugares através da imaginação.” (Elaine da Silva Oliveira – turma E-2101)


A SOLIDÃO

O amanhecer é escuro

sem você,

as horas passam,

os dias se vão...

ó solidão.

A rua é bela,

estou sempre com ela,

mas ela está com os outros.

A noite é linda,

mas...e eu?

as estrelas brilham,

e o brilho de meus olhos?

ninguém o vê

Preciso dormir,

mas você

não me sai

do pensamento...

O amanhecer é escuro...

Elisângela Moura Pereira - Turma E-2101


EM PAZ COMIGO, EM GUERRA COM OS OUTROS... POSSÍVEL?

Estou sozinha,

Fico em paz.

Quando chega alguém,

Pronto, não estou mais.

A presença de alguém

Não me faz tão bem

Quanto eu queria

Com você, meu bem.

A guerra que você traz

Me abala, me maltrata,

Mas, longe de você fico em paz

Sentindo sua falta!

No espelho vejo

Minha indecisão,

Te amando não me sinto segura

Será que é uma verdade

Ou uma ilusão!?

Elaine Pereira Santos - Turma E -2101



O MONSTRO QUE MORA EM MIM

Não querendo ser modesta, mas já sendo, eu vou começar dizendo que eu sou um doce de pessoa, amo todos que estão em minha volta, nunca fiz um mal para ninguém. Mas aí é que tá, vou ser sincera, tem algo dentro de mim que eu acho que é maior do que toda essa bondade. Ás vezes eu tenho uns pensamentos loucos, por exemplo, queria saber como seria morrer, ou melhor ainda, como seria matar. Tem dias que eu tenho vontade de correr, gritar, bater em alguém; não acho isso normal. Mas eu acho que todos têm o seu momento “grilo”, todos ficam grilados com alguma coisa, as vezes temos vontade disso tudo ou temos vontade de chorar e de rir.

O importante é ter vontades, mesmo sabendo que nem sempre é possível realizá-lasl. Por exemplo agora estou com vontade de dormir e não posso.

Nathany – turma E-2101


O livro é um passaporte. Quando pego um livro e começo a ler, posso iniciar uma viagem para um lugar distante da realidade. Quando leio, não sou mais uma simples moça, sou aquela que conta uma história, que viaja, ama, sente medo, que vira guerreira e combate em batalhas. (Ester do Espírito Santo – turma E-2101)


EM PAZ COMIGO, EM CONFLITO COM OS OUTROS


Ultimamente, na minha vida, as coisas estão acontecendo de modo estranho, ando brigando com as pessoas, tendo discussões, entrando em conflito, mas ao contrário do que as pessoas pensam, estou em paz comigo. Isso que está acontecendo comigo é possível para poucos, estranho para muitos e difícil de entender para todos.

Essa fase que estou passando espero que acabe logo, pois estar em paz comigo e em guerra com os outros, ninguém aguenta e ainda pior, nem minhas amigas estão me aguentando. Possivelmente um dia irei mudar e estar em paz com todos.

Andreza Xavier - Turma E-2101


O livro é um passaporte. Quando pego um livro e começo a ler, vivo o personagem, viajo na história, sinto o calor da batalha, o rugido do leão, o calor do vento; sinto a tristeza dos acontecimentos, vivo os juramentos, percebo o espírito do aventureiro; tudo isso viajando pelas páginas de um livro. (Matheus – turma E-1101)


VIVE EM MIM

A Força que me faz viver,

algo que eu preciso, e preciso muito mesmo.

Por ser tão Belo,

tão Maravilhoso,

acaba sendo um monstro.

Tão Forte, Protetor, que,

quando penso em cair,

sua Mão já me segura bem firme.

Me acalma nas tempestades,

me permite o ar que respiro.

Posso ouvir sua voz,

sua Mão segurando a minha mão.

É Rocha para os meus pés!

Tão Alto que não posso alcançar.

Ah! Sou tão dependente dEle.

Será que é um monstro mesmo?

Cristian Guimarães Thomaz  - Turma E-2101


Gosto muito de escrever. Quando escrevo, é como se eu pudesse ser o que quero, como se pudesse decidir o destino das personagens, como se a vida pudesse ser do jeito que eu quero. Quando escrevo, me sinto dona do mundo. É como se eu ditasse as regras, como se tudo acontecesse conforme a minha vontade. Escrever é magia. (Nátaly Costa Ramos – turma E-1101)




PROPOSTA: história de vida, preferências, aversões.


O CONCERTO

Na suave melodia,

tranquilidade

e o prazer...

no simples toque

de cordas, a alegria...

Numa noite fria e gelada,

a harmonia e o ritmo

comandam o clima.

Em seus belos e longos vestidos pretos,

percebe-se o destaque...

Olhares concentrados,

caretas excessivas,

pés marcando o compasso...

harmonia, ritmo e melodia,

um trio encantador.

Casais arriscam uma dança...

Mas nada se compara à esperta criança.

Que com as mãos imita o movimento

dos concertistas no palco.

Ah! Música... arte dos sonhos.

A única capaz de aliviar

o peso que muitas vezes

temos de carregar.

Música,

expressão divina!

Cristian Guimarães Thomaz - Turma E-2101



GAROTO CAMPISTA

Morava com os pais

Resolveu se mudar

garoto campista

o Brasil ia viajar

Gostava de areia

gostava do mar

mas queria novidades

para se encontrar

Conheceu de fato a natureza

o mais profundo natural

se encantou com seus mistérios

viu que tudo era real

Aventuras e passagens

as mais belas cansou de fazer

mas depois de tantos fatos

chegou a perceber

que havia casado

com a mais triste solidão

no mundo sem alguém

vivia em vão

Lembrou-se então

daquelas cachoeiras

os olhos cheios de lágrimas

sendo essas verdadeiras

Cada momento

era tudo tão bom

as águas que caíam

soavam um tom

Ao pôr do sol

numa tarde final

era o dia esperado

momento especial

Sensação de liberdade

no entanto,silêncio profundo

o garoto campista

despediu-se do mundo.


Teófilo Joaquim / turma E-2101


PROPOSTA ALTERNATIVA EM TODAS AS AULAS: se não está “inspirado”, escreva sobre a falta de inspiração.



O SINAL TOCOU NA HORA


Toda vez que meu professor de redação passa um exercício pra turma fazer, eu nunca consigo fazer na hora, parece que dá um branco na mente e eu fico tentando achar alguma ideia no meio de milhares de pensamentos. Na última vez que isso aconteceu, eu entrei em pânico, pois a redação valia pontos e eu não conseguia pensar em nada pra escrever, minhas amigas tiveram suas idéias e eu até as ajudei nos seus textos, enquanto o meu nem título tinha.
Fiquei quase a aula toda pensando no que escrever, às vezes vinham algumas ideias, mas na hora de passar para o papel, nada saía. Pensei, pensei, pensei e quando faltavam míseros 10 minutos para acabar a aula, surgiu: por que não escrever sobre a falta de assunto?? E o sinal tocou na hora!!

Giane Neves - Turma E-2101


Gosto muito de escrever. Quando escrevo, é como se eu estivesse viajando dentro do caderno, sem pensar na vida, só me concentrando no que estou escrevendo; escrevendo o que gosto, dando minha opinião. É uma coisa gostosa de se sentir. (Paloma Souza – E-1101)




PROPOSTA: após uma dinâmica de grupo sobre o homem ou a mulher ideal, produzir um texto, individualmente, sobre aquele/aquela que hei de amar.


QUEM SERÁ?

Quem será?

Fico pensando,

Esperando sem saber

A hora ou o dia

Que ela surgirá.

Mas como ela será?

Será bela e magrela

Ou será uma fofura gorducha?

Quem irá saber?

Só espero que seja minha,

Somente minha,

Que seja sincera

E que viva a vida

Como ela é.

Fico com a dúvida

E com a angústia de saber

Quem... quem

Eu hei de amar.

De repente paro e penso

E me vem à mente

Você nesse momento,

A cura dessa minha angústia

E percebo que já não preciso esperar,

Pois já achei aquela que hei de amar.


Douglas T. de Souza – turma E-1102


AMOR FUGITIVO

Se me amas, deixe - me ir

Corra antes que eu saiba

Meu coração é obscuro demais

Não posso destruir o que há nele

Eu não desejo ter você

Isso me faz tão mal

Eu posso te machucar no fim

Então que quebre seu corpo contra as pedras

Pedras da minha Alma

Você nunca precisou do meu amor

Me vendeu para se salvar

Eu ainda escutarei sua vergonha

Você fugiu, e aconteceu de novo

Anjos mentem para manter o controle

Meu amor foi sacrificado há muito tempo

Então fuja,

E nunca deixe que eu descubra


Matheus Pinheiro Cabral - turma E-1101


Gosto muito de escrever. Quando escrevo, é como se as palavras começassem a mudar tudo a minha volta. Nada fica como é. Tudo muda. É como se eu estivesse recriando a história do homem, vivenciando ao mesmo tempo diversos fatos. É como se eu estivesse ao lado de cada pessoa, observando cada passo dado. Quando termino, porém, tudo volta a ser como era antes e eu volto ao meu tempo parado. (Felipe Custódio – turma E-1101)

segunda-feira, 15 de março de 2010

OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA 2010 - ARTIGO DE OPINIÃO - 2o e 3o anos - Ensino Médio

ENSINO MÉDIO

Artigo de Opinião
(2º e 3º anos do Ensino Médio)


CADERNO DA OLIMPIADA 2010: PONTOS DE VISTA / 2a edição
Adaptação: Prof. Isac Machado de Moura


OFICINA 1

O ARTIGO DE OPINIÃO é um texto argumentativo, cujo objetivo é apresentar uma posição e argumentar, mostrando aos leitores porque devem concordar com o autor. Daí, o tom de convencimento.
O artigo de opinião circula em jornais e revistas e é escrito, normalmente, por um especialista ou por uma pessoa da comunidade que toma posição diante de uma questão polêmica.


POLÊMICA

Uma polêmica relaciona-se a algo que não tem uma única resposta. Cada pessoa pode concordar ou discordar dela por diferentes razões.

EXEMPLOS DE POLÊMICAS NA ESCOLA

1. O uso de boné atrapalha a aula?
2. Deveria ser permitida a troca de beijos e carícias no pátio da escola?
3. Deve-se proibir o uso de celular em sala de aula?
4. O aluno pode entrar na aula a qualquer hora?
5. Deve haver eleições livres para diretor de escola?


PROPOSTA DE ATIVIDADE

A partir dos conceitos apresentados, cada aluno deverá escolher uma das questões polêmicas acima e produzir um artigo de opinião com, aproximadamente, 20 linhas.


OFICINA 2


ARTICULISTA

Especialista que produz o artigo de opinião. Normalmente é convidado pelo jornal ou pela revista por ser reconhecido como autoridade naquele tema. Se ele não é funcionário do jornal, precisa assinar o artigo, responsabilizando-se pelo que escreve. Normalmente, algumas informações sobre ele são apresentadas em nota de rodapé.



LEITURA DE UM ARTIGO DE OPINIÃO (dupla ou trio)


SOU CONTRA A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL
Renato Roseno

A brutalidade cometida contra dois jovens em São Paulo reacendeu uma fogueira: a redução da idade penal. Algumas pessoas defendem a ideia de que a partir dos dezesseis anos os jovens que cometem crimes devem cumprir pena em prisão. Acreditam que a violência pode estar aumentando porque as penas que estão previstas em lei, ou a aplicação delas, são muito suaves para os menores de idade. Mas é necessário pensar nos porquês da violência, já que não há um único tipo de crime.
Vivemos em um sistema socioeconômico historicamente desigual e violento, que só pode gerar mais violência. Então, medidas mais repressivas nos dão a falsa sensação de que algo está sendo feito, mas o problema só piora. Por isso, temos que fazer as opções mais eficientes e mais condizentes com os valores que defendemos.
Defendo uma sociedade que cometa menos crimes e não que puna mais. Em nenhum lugar do mundo houve experiência positiva de adolescentes e adultos juntos no mesmo sistema penal. Fazer isso não diminuirá a violência. Nosso sistema penal como está não melhora as pessoas.O problema não está só na lei, mas na capacidade para aplicá-la.
Sou contra porque a possibilidade de sobrevivência e transformação desses adolescentes está na correta aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Lá estão previstas seis medidas diferentes para a responsabilização de adolescentes que violaram a lei. Para fazer bom uso do ECA é necessário dinheiro, competência e vontade.
Sou contra toda e qualquer forma de impunidade. Quem fere a lei deve ser responsabilizado. Mas reduzir a idade penal é ineficiente para atacar o problema. Problemas complexos não serão superados de modo simplório e imediatista. Precisamos de inteligência, orçamento e, sobretudo, de um projeto ético e político de sociedade que valorize a vida em todas as suas formas. Nossos jovens não precisam ir para a cadeia. Precisam sair do caminho que os leva até lá. A decisão agora é nossa: se queremos construir um país com mais prisões ou com mais parques e escolas.

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Renato Roseano é advogado, coordenador do Centro
De Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca –
Ceará) e da Associação Nacional dos Centros de
Defesa da Criança e do Adolescente (Anced).
Fonte: www.cedecaceara.org/maioridadena.htm

1. Onde o texto foi publicado?
2. Quem o escreveu?
3. Quem são os prováveis leitores, ou seja, para quem foi escrito?
4. Qual a finalidade?
5. O articulista é especialista no tema?

1. Observar como o articulista vai tecendo seus argumentos e escrevendo o artigo de opinião com elementos próprios do gênero, sem tomá-los numa ordem estrita, obrigatória:

a) baseia-se numa questão polêmica que circula na imprensa, na mídia ou na sociedade;
b) toma uma posição em relação ao que foi dito sobre o assunto controverso;
c) apresenta argumentos ou razões que sustentam a posição assumida;
d) antecipa e contesta os argumentos dos oponentes;
e) articula o texto e o finaliza com uma conclusão.


2. Ler novamente o texto e responder as questões a seguir:

a) Quem é o autor do texto? Em que ele é especialista?
b) Onde o texto foi publicado?
c) Qual é a questão polêmica?
d) O autor refere-se a um acontecimento que o levou a escrever esse artigo. Que acontecimento foi esse?
e) Qual a posição do autor a respeito da polêmica?
f) Que argumentos ele usa para justificar sua posição?
g) No texto, o autor apresenta argumentos de pessoas que discordam dele. Que argumentos são esses?
h) O autor propõe alguma alternativa de tratamento para os jovens infratores, ou seja, reflete a respeito de uma solução para a polêmica?
i) Qual o objetivo do autor?
j) Quem é o público leitor?

PROPOSTA DE ATIVIDADE

Procurar em jornais ou revistas artigos de opinião e trazer para a próxima aula.



OFICINA 3



A NOTÍCIA


Relata fatos que estão ocorrendo na cidade, no país, no mundo. O objetivo é informar o leitor com exatidão. Mesmo tendo a pretensão de ser neutra, confiável, ela traz em si concepções, princípios, ideologia de quem escreve. Elas são impressas no jornal de acordo com o grau de importância.
Para chamar a atenção do leitor, o texto se inicia com uma manchete bem objetiva, com verbo sempre no presente. Em seguida, vem o LEAD, ou o 1º parágrafo, que contém as informações básicas sobre o fato noticiado.
O lead não começa com o verbo e sim pela indicação do fato e pela descrição das circunstâncias mais importantes em que o fato ocorreu: o que, como, quando e onde.
Na notícia, diferente do que acontece no artigo de opinião, o autor não toma posição. Ela causa reações diversas no leitor, pois cada um a lê conforme seus interesses pessoais.
Na NOTÍCIA, o jornalista traz informações sobre um fato e, no ARTIGO DE OPINIÃO, o articulista opina sobre a questão polêmica que uma notícia pode despertar.


O objetivo aqui é relacionar notícia com artigo de opinião e diferenciar um do outro


VIOLÊNCIA NÃO, EDUCAÇÃO SIM
(Antônio Ermírio de Moraes)

O IBGE acaba de publicar a nova estatística de mortalidade da população. Ela mostra que o Brasil envelheceu, mas, lamentavelmente, ficou mais violento. O envelhecimento traduz a marca das nações desenvolvidas, nas quais as pessoas estão vivendo mais e com mais qualidade. O Brasil está nessa trajetória.
Em 1960, a esperança de vida era de 55 anos. Hoje é de 72 anos – feito que traduz a melhoria dos sistemas de prevenção e tratamento de doenças, entre outros fatores. É inaceitável, porém, verificar que a violência cresceu 100% nesse período, tendo chegado a um patamar horripilante. Em 2005, 12,5% do total de óbitos foram devidos a homicídios, suicídios e acidentes de trânsito. Essa é marca do antidesenvolvimento.
Não sou especialista no assunto, mas leio que o problema tem muitas causas: desarranjos familiares, falta de emprego, baixa renda, habitação precária, educação de má qualidade etc.
Álcool e droga são componentes de muita importância. A redução dos exageros no álcool e a eliminação do uso de entorpecentes ajudariam muito na diminuição das mortes violentas. Isso, por sua vez, requer uma série de medidas nas famílias, escolas, igrejas, no trabalho e nos fatores de potencialização de uso – bares e casas noturnas, por exemplo.
Nesse aspecto, há boas promessas. Vários municípios estão proibindo o funcionamento dos bares nas madrugadas. Na capital de São Paulo, com o esforço de apenas 30 fiscais, a lei está sendo respeitada de forma crescente. Os repórteres do caderno Metrópole de “O Estado de S. Paulo” observaram que, às 2h, o único ser vivo que perambulava no bairro boêmio de Vila Madalena na noite de sexta-feira, 23 de novembro, era um cachorro vira-lata. A grande maioria dos bares estava de portas fechadas. Assim ocorria em vários outros bairros da cidade. Calma na cidade.
O fechamento desses estabelecimentos em horários civilizados ajudou a reduzir os ruídos provocados por bares, restaurantes, danceterias e casas noturnas. Pode-se dizer que os paulistanos passaram a dormir, finalmente, um sono melhor, mais do que merecido, depois de um dia de trabalho estafante.
Sei que isso é uma gota d´água no combate à criminalidade e à violência urbanas. Mas, se cada um fizer sua parte – por menor que seja -, poderemos ter dias melhores.
Não podemos continuar perdendo tantos jovens em atos desvairados e por violência. Os mais atingidos são os rapazes de 20 a 29 anos, que estão na flor da idade e têm pela frente uma vida a ser construída em benefício próprio e do Brasil.
Oxalá a próxima pesquisa do IBGE mostre que os brasileiros vivem mais, melhor e em paz!


Folha de S. Paulo, 9/12/2007.


1. Onde o texto está publicado?
2. Quem escreve?
3. Além do nome, há mais alguma informação sobre o leitor?
4. Quem são os prováveis leitores, ou seja, para quem foi escrito?
5. Qual a finalidade?
6. Vamos grifar, sublinhar ou circular elementos importantes que se quer destacar.

OFICINA 4

O DEBATE

Gênero que se aproxima da DISCUSSÃO. Durante o debate, os participantes usam a palavra para expressar o que sabem e pensam sobre o assunto em questão. Retomam o discurso do outro, fazem críticas, se situam, tomam posição e devem rebater o ponto de vista contrário com respeito e civilidade.
Um argumento para ser confiável precisa ser bem elaborado. É preciso ir muito além de:
• “porque eu sei...”
• “Porque eu acho...”
• “porque é melhor assim...”
• “porque todo mundo concorda...”



PROPOSTA DE ATIVIDADE

• Proposição de um tema polêmico relacionado à cidade: “A Emancipação Política de Córrego do Ouro.”
• Dividir a turma em grupos A e B (um é contra e outro a favor);
• Os grupos terão um tempo de aproximadamente 10 minutos para que seus integrantes se articulem. Logo depois, apresentarão seus argumentos;
• Terminada a primeira rodada, vamos inverter tudo: os grupos que eram contra passam a ser a favor, e vice-versa.

O professor fará o papel de mediador, não tomando partido antes que o debate aconteça. Como tal, deverá fazer algumas provocações:

• Por que você pensa assim?
• Você tem algum dado estatístico que comprova o que diz?
• Já leu sobre esse assunto?
• Conhece situações similares?


Outras possibilidades de temas para esta oficina:

1. A construção de um conjunto habitacional próximo ao rio que corta a cidade;
2. A redução dos preços das passagens de ônibus que saem da área urbana para a serra;
3. A canalização do esgoto da cidade para o Córrego do Ouro.

PRODUÇÃO TEXTUAL

Finalizando o debate, propor a escrita de um artigo de opinião com base na questão polêmica discutida.


PRIMEIRA ESCRITA

Lembre-se que esse texto precisa ter as seguintes características:

• Conter uma questão polêmica;
• Localizar o leitor quanto a questão;
• Deixar claro a posição assumida;
• Apresentar o pensamento de possíveis opositores sobre o assunto;
• Argumentos conscientes e confiáveis;

Otexto produzido nesta oficina não deve ser devolvido, pois caso um dos alunos seja semifinalista, esta produção será exigida.

Observar erros de ortografia ou gramática e outras dificuldades.


OFICINA 5

DEFICIENTES, FEIOS E POBRES
(Jessé Souza)

Esse mundinho de criar frase politicamente correta para os excluídos ou injustiçados é mais que hipocrisia. É idiotizante. Querem transformar negros em afrodescendentes. Índios em nativos. Deficientes físicos em portadores de necessidades especiais.
Tudo isso não passa de uma forma que os politicamente corretos acharam para tentar esconder que – mesmo com o pomposo nome de portadores de necessidades especiais – os deficientes físicos continuam sem acesso, sem respeito e sem poder exercer plenamente sua cidadania.
Tenho um irmão cadeirante (que anda de cadeira de roda, um paraplégico T-4) – aviso logo antes que digam que estou comentando algo que eu não entendo. E não é uma terminologia pomposa que o vai dignificar ou mudar a situação de exclusão em que vive, mesmo rodeado de pessoas que o apóiam e o ajudam a ultrapassar obstáculos tanto físicos quanto psíquicos.
Os prédios não dão acessibilidade, os taxistas fazem cara feia e não param, os ônibus não estão adaptados e as pessoas, em vez de tratarem o deficiente físico como um cidadão, acabam os classificando como coitadinhos ou os rodeando de uma pena irritante.
Entre eles mesmos, os cadeirantes se divertem colocando apelidos e chamando sem arrodeios ou hipocrisia por suas deficiências. E nós, tendo um em nossa família, aprendemos que essa história de palavras politicamente corretas não passa de uma cortina para esconder as graves falhas da sociedade com quem é diferente, feio, aleijado, pobre, de cor...Não importa se chamamos de puta, garota de programa, mulher da vida ou qualquer terminologia politicamente correta. O que importa é se este politicamente correto é só da boca para fora ou estamos carregados de preconceito ou exclusão.
Não interessa se o cadeirante é paraplégico, aleijado, deficiente ou portador de necessidades especiais. Importa é o engenheiro construir rampas, o taxista parar e dobrar sua cadeira no porta-malas, o prédio público ter banheiros adaptados e os meios-fios adaptados.
Jamais iremos construir um mundo sem exclusão achando que buscando palavras politicamente corretas estamos acionando uma varinha de condão para incluir e dar acessibilidade aos deficientes ou mudando a mentalidade de quem discrimina e exclui.
Só vamos mudar a mentalidade de quem está em desvantagem em relação aos que se acham normais permitindo que os portadores ou deficientes de toda espécie exerçam sozinhos seu direito de ir e vir, sintam-se cidadãos plenos e possam viver ser s tratados como coitadinhos, que precisam de pena e dó para que as leis sejam respeitadas.

_________________________________________
Jessé de Souza é jornalista.
e-mail: jessé@folhabv.com.br
Fonte: Folha da Boa Vista, 19/9/2007.



A partir da leitura cuidadosa do texto, identificar:

• A questão polêmica;
• A posição do autor;
• Os argumentos utilizados.


É bom enfatizar que neste artigo o autor, embora cite, não traz a voz de profissionais envolvidos na questão: engenheiros, motoristas, representantes do poder público.



TRABALHANDO A CONTRA-ARGUMENTAÇÃO

1. Dividir a turma em pequenos grupos;
2. Cada grupo vai representar e dar voz aos profissionais citados no texto (engenheiro, representante do poder público, taxista), apresentando possíveis argumentos que apresentariam ao articulista;
3. Após as discussões em grupos, registrar os argumentos e apresentá-los à classe.

PROVOCAÇÕES

1. Dizer que as pessoas não cumprem a lei (7.853, de 1989, artigo 227) justifica o fato de ela não ser cumprida? Por que não a cumprem?

2. A sociedade civil e o governo estão empenhados em garantir os direitos da pessoa portadora de deficiência física? Quem é o responsável por fazer isso? Como isso é feito? Há verbas específicas destinadas a ações em favor das pessoas portadoras de deficiência?


3. Aquecidos pela discussão, os alunos vão reescrever o texto, como se fossem o próprio autor, incluindo as vozes dos profissionais citados pelo articulista, imaginando os motivos de não se efetivarem as alterações necessárias ao acesso de todos a edifícios, aos meios de transporte e a outros espações públicos.


SÓ PARA LEMBRAR

Ao escrever um artigo de opinião, o autor deve conhecer os argumentos dos opositores e dialogar com eles antecipando possíveis críticas. Assim, o articulista pode contestar de modo mais eficaz os pontos de vista contrários aos seus, convencendo o leitor de sua posição.


OFICINA 6


CONSTRUINDO ARGUMENTOS PARA DEFENDER UMA POSIÇÃO

• Utilizar argumentos consistentes e bem fundamentados;
• Explicar ao leitor quais as razões que leva o autor a tomar determinada posição, evitando motivos superficiais ou sem justificativa: porque ninguém que eu conheço discorda, porque ouvi dizer, porque todo mundo pensa assim, porque na vizinhança todos dizem...
• Escolher os argumentos de acordo com o público para quem escreve;

TIPOS DE ARGUMENTO

1. DE AUTORIDADE – Ajuda a sustentar sua posição, lançando mão da voz de um especialista, uma pessoa respeitável (líder, artista, polítco), uma instituição de pesquisa considerada autoridade no assunto.

2. DE EXEMPLIFICAÇÃO – Relata um fato ocorrido com ele ou com alguém para dar um exemplo de como aquilo que ele defende é válido.


3. DE PROVAS – Comprova seus argumentos com informações incontestáveis: dados estatísticos, fatos históricos, acontecimentos notórios.

4. DE PRINCÍPIO ou CRENÇA PESSOAL – Refere-se a valores éticos ou morais supostamente irrefutáveis.


5. DE CAUSA E CONSEQUÊNCIA – Afirma que um fato ocorre em decorrência de outro.



EXEMPLOS DE FRASES ARGUMENTATIVAS

1. “A saúde do município anda mal cuidada. Muitos cidadãos relatam que foram aos postos de saúde e não havia médicos para atendê-los.”

2. “Para a antropóloga Yvone Maggie, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), instituir o conceito de raça só traz sofrimento” (Folha de S. Paulo, 7/7/2006).

3. “Em Blumenau, 114.000 residências têm acesso à água tratada, mas apenas 1.014 possuem tratamento de esgoto” (Ivan Naatz. Saneamento básico. Florianópolis, 4 de setembro, ed. 7.816).

4. “Atualmente, são 4,5 milhões de brasileiros com idade entre 15 e 29 anos que estão fora da escola e do mercado de trabalho. Totalmente vulneráveis a ingressar na vida fácil do crime, esses jovens tiveram vários motivos para estarem nessa situação, entre eles, o desleixo do poder público” (Jornal clicabrasília, 6/9/2007).

5. “Como já afirmei, sou contra o aborto. Além de tudo que disse anteriormente, a vida é um dom de Deus e nenhum homem tem o direito de tirá-la.”



PROPOSTA DE PRODUÇÃO

Situação 1

Um adolescente, para resolver um problema econômico da família, resolveu fazer cópias de CDs para vender. Ele vendeu todos os CDs e pagou a dívida.
Questão polêmica: o jovem tem ou não o direito de reproduzir CDs para vender, desconsiderando a lei dos direitos autorais?


Situação 2

Novas pesquisas indicam que os adolescentes começam a beber cada vez mais cedo e de forma abusiva. Preocupado com esse consumo de álcool, o prefeito de uma cidade proibiu a venda de bebidas alcoólicas em bares próximos às escolas.
Questão polêmica: essa medida pode diminuir o consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes?

Situação 3

Uma diretora de escola proibiu a entrada de alunos com piercings em sala de aula.
Questão polêmica: a diretora tem o direito de proibir a entrada de alunos que usam piercings.

Proposta para grupos: Dividir a turma em 2 grupos. De um lado, os que deverão tomar posição favorável em relação às situações apresentadas; do outro, aqueles que assumirão posição contrária. Ao final, representantes de ambos os lados lerão a posição assumida diante de cada situação, e os argumentos construídos para defender a posição deles e refutar a contrária.

Proposta individual: Diante das situações apresentadas acima, elabore pelo menos três argumentos de diferentes tipos para defender sua posição.

Para desenvolver argumentos consistentes, pode-se utilizar vários recursos:

a) Trazer as ideias de um especialista no assunto;
b) Exemplificar fatos ocorridos que se relacionem diretamente com a questão colocada;
c) Apresentar provas;
d) Referir-se conscientemente a valores éticos ou morais envolvidos na questão;
e) Explicar a relação de causa e conseqüência;



OFICINA 7


COESÃO TEXTUAL – expressões que articulam o artigo de opinião.

Os elementos articuladores, cuja função é vincular os argumentos entre si, podem aparecer em uma única oração que apresente ideias complementares ou contraditórias. Também é possível encontrá-los em frases ou em parágrafos diferentes.

ELEMENTOS ARTICULADORES

1. TOMADA DE POSIÇÃO: do meu ponto de vista, na minha opinião, pensamos que, pessoalmente acho...


2. INDICAÇÃO DE CERTEZA: sem dúvida, está claro que, com certeza, é indiscutível...


3. INDICAÇÃO DE PROBABILIDADE: provavelmente, me parece que, ao que tudo indica, é possível que...


4. RELAÇÃO DE CAUSA E CONSEQUÊNCIA: porque, pois, então, logo, portanto, conseqüentemente...

5. ACRÉSCIMO DE ARGUMENTOS: além disso, também, ademais...


6. INDICAÇÃO DE RESTRIÇÃO: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, apesar de, não obstante...


7. ORGANIZAÇÃO GERAL DO TEXTO: inicialmente, primeiramente, em segundo lugar, por um lado, por outro lado, por fim...

8. INTRODUÇÃO DE CONCLUSÃO: assim, finalmente, para finalizar, concluindo, enfim, em resumo...




TABELA PARA ATIVIDADE

Devemos ajudar nossos pais pois, sem dúvida, a cooperação é um valor fundamental para a convivência familiar.
As propagandas mostram produtos atraentes indispensáveis para a nossa vida, mas cabe ao consumidor analisar aquilo de que realmente necessita e selecionar o que é bom.

O fumo faz mal à saúde. Portanto, as pessoas deveriam parar de fumar.
A água doce, por causa dos abusos cometidos, poderá acabar em nosso planeta. Assim, é preciso definir algumas regras para o uso racional da água.
A limpeza de terrenos e casas é necessária para impedir a propagação do mosquito da dengue. Além disso, é importante que se faça uma campanha de conscientização para que as pessoas não deixem que a água se acumule em vasos e outros recipientes.
Se o desmatamento não diminuir, é provável que a Amazônia se transforme em um imenso deserto.
É indispensável que se intensifiquem campanhas de coleta seletiva de lixo nas escolas, família e comunidade, pois dessa forma a responsabilidade cidadã crescerá entre os moradores.
A pena de morte não é solução para a criminalidade. Primeiramente, está comprovado que os crimes hediondos não deixaram de ocorrer nos países que a adotaram.
A pena de morte não é solução para a criminalidade. Em segundo lugar, porque muitos dos que foram executados tiveram, posteriormente, sua inocência comprovada.
A pena de morte não é solução para a criminalidade. Finalmente, não matar os semelhantes é um princípio ético fundamental.


PROPOSTA DE ATIVIDADE

Copiar no quadro a tabela acima, deixando vazia a coluna do meio. Em seguida, copiar os elementos articuladores que estão nesta coluna, fora de ordem, e pedir aos alunos que os encaixem nos lugares adequados.

Escrever um breve texto (usando os elementos articuladores) com base em uma questão polêmica, como por exemplo: “Deve ou não existir uma lei que proíba as pessoas de fumar em lugares públicos?”



OFICINA 8 

VOZES NO ARTIGO DE OPINIÃO


A FUTURA GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS
Cássio Borges

No semiárido nordestino, a irregularidade das chuvas tem ocasionado “ciclos secos” de até oito anos seguidos, como o que foi constatado entre os anos de 1950 e 1958. Mais recentemente, tivemos “um ciclo seco desfavorável” de cinco anos entre os anos de 1979 e 1983, tendo a sua abrangência atingido até mesmo o Estado do Maranhão. A existência desses “períodos críticos”, já há tempos constatada pelo DNOCS, acarreta a redução do aporte de água fluvial para os reservatórios, o que, por deficiência de recarga e por medida de precaução, impossibilita a utilização plena do volume de água armazenado nos açudes e, em conseqüência, boa parte dele se perde pela elevada evaporação.
Ao integrar os grandes açudes da região a uma fonte perene externa como o Rio São Francisco, os recursos hídricos locais se potencializarão, possibilitando a gestão de um volume bem maior da água armazenada, estimulando o desenvolvimento social e econômico, tanto na agricultura irrigada, na pecuária, como na indústria, gerando emprego, renda e produzindo alimentos, o que é de interessa nacional. Com a garantia dessa fonte externa, intensificando-se a utilização das águas acumuladas nos reservatórios, diminuirá a superfície exposta à evaporação e esta se reduzirá, aumentando de forma substancial a disponibilidade hídrica realmente utilizável. Em outras palavras, o desenvolvimento social e econômico se dará de forma mais abrangente não pela água do Rio São Francisco que está chegando, mas pela intensiva utilização das águas locais que seriam perdidas para a atmosfera pelo efeito incontrolável da evaporação.. Desta forma, as águas advindas da transposição serão reservadas, exclusivamente, ao abastecimento humano e animal sempre que os açudes estiverem secos, ou na iminência de secar.Como exemplo, o açude Castanhão, localizado no Ceará, que perde por evaporação, em média, cerca de 25m3/s, enquanto o aproveitamento regular de sua água é de apenas 19m3/s. Essa perda poderia ser reduzida para até menos da metade, gerando virtualmente um novo reservatório e aumentando significativamente o aproveitamento de suas águas. Pois esse açude acumula 4,2 bilhões de m3 na sua cota de regularização. Desse volume, 30% são, em média, evaporados anualmente, restando, portanto, 3 bihões. Destes, apenas é utilizável um volume da ordem de 600 milhões de m3 (19 m3/s), pois os restantes 2,4 bilhões de m3 deixam de ser utilizados justamente para “guardar a água” para vencer uma possível futura seca prolongada, ou um “trem de anos secos”, no vocabulário do Dnocs. Não mais será necessária essa precaução de “guardar água” após a concretização da transposição, ou como quer o ministro Cigo Gomes, do Projeto de Interligação de Bacias.
Como acima foi explicado, desaparecerá completamente o mais recente argumento dos opositores: “a água vinda do Rio São Francisco é muito cara” ou, ainda, “é chover no molhado” (ver Folha de S. Paulo, do dia 17/10/2005, na entrevista dada pelo pesquisador João Suassuna na matéria sob o título: “Para opositores, projeto é chover no molhado”). Mas esse tipo de declaração só se pode atribuir à completa ignorância do que seja o semiárido e aí incluo muitos dos que dizem ser cientistas (em que área da ciência?) e, por isso, se acham com o direito de falar sobre esse tema nordestino, delicado e complexo, que desconhecem.
Não pode deixar de ser salientado que, pelo acima exposto, o custo da água trazida pela transposição será diluído no uso mais intenso e eficaz da água acumulada nos açudes. Ou seja, na realidade, cada m3 transposto irá representar um volume maior utilizável. Pelo que, inegavelmente, não é o custo do m3 da água bombeada do Rio São Francisco que deve ser considerado na análise do custo benefício da transposição, mas sim na eficiência hídrica.

__________________________________________
Cássio Borges é engenheiro civil, ex-diretor regional do
Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS).


O autor assume uma posição a favor da integração dos açudes ao rio São Francisco. Traz as vozes que participam da discussão e procura desacreditar os argumentos daqueles que são contrários. Cita, por exemplo, a entrevista “Para opositores, projeto é chover no molhado”, publicada em um jornal. Por outro lado, inclui a voz favorável do ministro Ciro Gomes, que, de acordo com o articulista, tem experiência com os problemas das secas no Nordeste.

A proposta é que os alunos percebam que um artigo de opinião costuma trazer diversas “vozes”, isto é, a posição favorável de pessoas que o autor inclui no artigo para sustentar a própria opinião, ou a posição contrária, de outros, à qual se refere porque deseja rebatê-la. Lembre-se de que, nesse caso, são os contra-argumentos.

A expressão VOZ não se refere apenas à palavra dos indivíduos. Números, estatísticas, dados quantitativos ou qualitativos de diferentes ciências também são considerados vozes.

1. Qual a posição do autor sobre a questão?
2. Para constituir seus argumentos, o autor assume em diversos momentos a “voz da ciência”, que, para ele, não pode ser contestada. Procure dois trechos no artigo que comprove essa afirmação.
3. O articulista usa dados estatísticos para fundamentar sua posição. Em que trecho isso ocorre?
4. A “voz” de uma autoridade política é trazida pelo autor para reforçar sua posição. Qual é o trecho em que isso aparece?
5. Para desacreditar os argumentos dos opositores (contra-argumentos), o articulista afirma que eles não são representantes da ciência. Em que trecho do artigo ele desconsidera os opositores?
6. Por que você acha que o jornal convidou o autor para escrever sobre o assunto?




OFICINA 9 

PESQUISAR PARA ESCREVER


DOCE IÇARA COM SABOR AMARGO
Joice Zilli da Silva

Içara é a capital do mel, cidade mais doce do Brasil. Agora, com um sabor diferente, amargo, que vem preocupando seus moradores.
Numa localidade vizinha, na zona rural de Santa Cruz, há um projeto para instalação de uma mina de carvão. Com a abertura da mina, os moradores descontentes acabarão abandonando suas terras, vendendo-as e deixando para trás toda uma vida dedicada ao campo, especialmente à apicultura.
Durante a entrevista realizada na Câmara Municipal de Vereadores, um vereador informou que os projetos foram discutidos e aprovados. A polêmica continua, no entanto, a decisão caberá ao Poder Judiciário.
Penso que a população deveria ser consultada sobre o assunto. Os agricultores e a empresa mineradora deveriam ter a preocupação com o meio ambiente, cumprindo a Constituição Brasileira que prevê que a agressão ao meio ambiente é crime.
Segundo a pesquisa realizada pela 4ª série, turma 43 da E.E.B. “Antonio Colonette”, das 819 pessoas ouvidas de várias localidades do município de Içara, constatamos que 70% são contra a instalação da mina, porque prejudica o meio ambiente, o solo, a água, o ar, a vida dos seres vivos, com risco de morte, além do cheiro insuportável da perita. Elas têm consciência de que a mina vai acabar com a atividade agrícola, vai prejudicar a terra. Porém, 30% são a favor, pois a abertura da mina de carvão trará novos empregos, lucro ao município, com aumento de arrecadações dos impostos, crescimento, novas tecnologias, modernidade, além da fabricação do cimento, energia, aço etc.
Na minha opinião, a localidade de Santa Cruz tem muitas famílias que vivem lá há anos, trabalhando na terra, tirando o seu e o nosso sustento, e precisam permanecer na terra, sem que haja a instalação da mina. Continuar com a terra fértil, cheia de plantações, água pura, potável, com pessoas que a amam será a melhor solução.
Afinal, este “sabor amargo” do carvão precisa ser conhecido por todos, adoçado com um pouquinho de mel, preservando a vida.
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Joice Zilli da Silva, 11 anos, aluna da professora
Edina da Silva de Freitas, da E.E.B. Antonio Colonette,
Içara (SC), participante do Programa Escrevendo o Futuro.


PROPOSTA DE ATIVIDADES

1. Levantar uma questão polêmica da comunidade local;

2. Fazer uma pesquisa sobre o assunto de forma a embasar a construção de argumentos;

3. Organizar entrevistas ou enquetes;

4. Encontrar e selecionar as fontes de informações: jornais, livros, Internet, vídeos, universidades, prefeitura, pesquisa de opinião com moradores.


OFICINA 10

ASSIM FICA MELHOR


Analisar e reescrever um artigo de opinião produzido por um aluno.


O LUGAR ONDE EU VIVO

A cidade de Samambaia do Leste tem muitas belezas naturais, um clima agradável, e não posso deixar de dizer que o povo também é muito bom. O que está acontecendo ultimamente é que apareceram muitas fábricas. Elas trouxeram emprego, mas trouxeram também problemas.
A cidade cresceu muito, abriu muito campo de trabalho para as pessoas. As fábricas empregam jovens sem experiência e que não têm estudo para conseguir trabalho em outros setores que requerem nível de escolaridade, pessoas com deficiência física, outros que não suportavam o trabalho rural pelo peso da idade. Outra coisa que posso dizer é que trabalhando num emprego com carteira assinada é possível conseguir assistência do INSS e aposentadoria
Mas a criação de empregos trouxe o aumento da migração. Muitas pessoas desconhecidas vieram de outros estados e outras regiões e passaram a viver em nossa cidade, trazendo muitos problemas. Com isso, Samambaia do Leste não é mais uma família samambaiense.
Também por causa da migração, estamos enfrentando um custo de vida mais alto, com farmácia, com mercado, aluguel e falta de segurança, pois a cidade não está preparada para receber tanta gente e, às vezes, se aproveitam da situação.
Enfim, vamos pedir a Jesus que olhe por esta cidade que acolheu tantos outros seus filhos, para que eles consigam conviver com os moradores antigos desta terra que amamos muito.

VAMOS REFLETIR UM POUQUINHO

1. O título é adequado para um artigo de opinião? Por quê?
2. O autor indica claramente a questão polêmica?
3. Há diferentes vozes no texto? De quem são essas vozes?
4. Os argumentos apresentados são convincentes? Mostram dados, exemplos, referem-se explicitamente a valores éticos ou morais; revelam a relação de causa e conseqüência?
5. O autor usa elementos articuladores?




VAMOS ANALISAR O TÍTULO E CADA PARÁGRAFO


O TÍTULO

O título suscita curiosidade? Anuncia a questão polêmica? Convida o leitor a conhecer o texto?

O aluno-autor usou o tema do concurso como título do seu texto, e isso não deve acontecer.


PARÁGRAFO 1

O autor indica claramente a questão polêmica? Usa linguagem própria ao artigo de opinião? Relaciona os problemas locais com situações nacionais ou até mesmo internacionais?

Poderia ser melhorado com o uso de uma linguagem mais próxima da jornalística. Em sua descrição, ele poderia relacionar sua cidade com outras que enfrentam problemas semelhantes, formular mais claramente a questão polêmica e explicitar os motivos que levaram as fábricas para sua cidade.



PARÁGRAFO 2

Que assunto é tratado nesse parágrafo? Que autoridade poderia ser citada para fundamentar o argumento de que a vinda das fábricas é uma vantagem? Como as vantagens poderiam ser comprovadas?

O autor faz uma enumeração adequada das vantagens trazidas pelas fábricas, mas não fundamenta com dados aquilo que escreve, nem indica a voz que, por trás da sua, valoriza a vinda das fábricas como fonte de benefícios incontestáveis.



PARÁGRAFO 3

O autor assume uma posição? Utiliza bons argumentos para sustentá-la?

O aluno comenta que atualmente a cidade tem problemas. As possibilidades de emprego atraíram migrantes, o que, para os antigos moradores, até mesmo ele, quebrou a harmonia familiar, aumentou o custo de vida e a violência. Se por um lado, o autor assume uma posição, por outro não a justifica. Que argumentos podem sustentar que a migração é a causa dos problemas apontados?

PARÁGRAFO 4

Será que todos os moradores pensam da mesma forma? Há pessoas que não acreditam que a migração seja a causa dos problemas? Quais seriam outras possíveis causas dos problemas apontados?

Se o aluno tivesse pesquisado mais, tivesse lido alguns artigos de especialistas sobre o assunto, poderia ampliar sua visão sobre a relação entre industrialização, migração e urbanização acelerada, teria abandonado sua posição simplista de analisar o problema. Da forma como está, parece que há uma luta do bem (a família samambaiense) contra o mal (os migrantes).



PARÁGRAFO 5

Como leitor, você ficou convencido dos argumentos do autor? Ele conclui o texto enfatizando a posição dele?

Este último trecho é iniciado com a expressão “enfim”, indicadora de conclusão. Não basta, porém, usar uma expressão articuladora correta. O modo como o aluno fecha o texto indica que ele não vê um possível encaminhamento para os problemas. Como faltou uma análise mais profunda da situação atual da cidade, também faltam sugestões práticas para resolver os problemas existentes.


PROPOSTA DE ATIVIDADE

Agora sim, vamos reescrever o artigo de opinião analisado nesta oficina. Leve em consideração tudo o que foi visto sobre ele. Vamos nessa!



OFICINA 11 

PRODUZINDO ARTIGOS

Produção individual com base numa questão polêmica que esteja circulando na comunidade.

Como articulista, você deverá:

1. Partir de uma questão polêmica local e situar o leitor em relação a ela;
2. Tomar posição sem relação à questão polêmica e afirmar seu ponto de vista como o melhor. Para isso, trazer argumentos de autoridade, de exemplificação, de princípios, dados de pesquisa ou relação de causa e conseqüência;
3. Incluir opiniões de adversários para contestá-las com seus argumentos, ou desacreditá-las pela fragilidade delas. É preciso tomar cuidado para que não se faça uma depreciação preconceituosa, haja vista que isso jamais poderia ser considerado um bom argumento.
4. Concluir o texto, reforçando a posição tomada.
5. Usar elementos articuladores, como por exemplo:

a) os que anunciam a posição do autor: do nosso ponto de vista, penso que, pessoalmente, acho que...
b) os que indicam certeza: sem dúvida, está claro que, com certeza, é indiscutível...
c) os que introduzem argumentos: porque, pois, mas...
d) os que indicam conclusão: então, consequentemente, por isso, assim...
e) os que marcam as diferentes vozes presentes no artigo: como dizem os economistas, segundo alguns empresários, muitas pessoas dizem que, há pessoas que negam, alguns afirmam, para muitos é importante... para outros.....




OFICINA 12 

ÚLTIMOS RETOQUES

Revisar e melhorar o texto individual.

SUGESTÃO DE ROTEIRO DE REVISÃO

1. Seu artigo se baseia em uma questão polêmica?
2. Você informa ao leitor a origem dessa questão?
3. Tomou uma posição?
4. Introduziu sua opinião com expressões como “penso que”, “na minha opinião”?
5. Levou em consideração os pontos de vista de opositores para construir seus argumentos? Exemplo: “Para fulano de tal, o caso é sem solução. Ele exagera, pois...”
6. Usou expressões que introduzem os argumentos, como: pois, porque?
7. Usou argumentos de autoridade, de exemplificação, de provas, de princípio/crença pessoal, de causa e consequência?
8. Usou expressões para introduzir a conclusão, como: então, assim, portanto?
9. Concluiu o texto reforçando sua posição?
10. Verificou se a pontuação está correta?
11. Corrigiu os erros de ortografia?
12. Substituiu palavras repetidas desnecessariamente?
13. Escreveu com letra legível para que todos possam entender?
14. Encontrou um bom título para o artigo?

Chegou a hora de escolher de cada turma 5 textos que serão encaminhados à comissão julgadora da escola. Apenas um texto representará a escola na próxima etapa da olimpíada.

Pertinência ao tema proposto: "O Lugar Onde Vivo", compreendendo não só a cidade, mas também o bairro, a rua e os acontecimentos que envolvam seus moradores.